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​Rui Rio admite apoiar um Governo minoritário do PS

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Miguel A. Lopes / Lusa

António Costa, Rui Rio

O candidato à liderança do PSD admite que se o PS ganhar em 2019, mas sem maioria, admite apoiar um Governo minoritário. O seu adversário, pelo contrário, rejeita acordos com os socialistas por considerar tratar-se de um “erro”. E deixa uma sugestão: comprimidos para a azia.

Numa entrevista à Renascença e ao jornal Público, Rui Rio admite que, se nas eleições legislativas de 2019 for o PS a ganhar, sem maioria absoluta, está disposto a dar uma mãozinha ao Governo minoritário.

“Aquilo que me parece mais razoável é nós estarmos dispostos para, a nível parlamentar, suportar um Governo minoritário, seja ele qual for, neste caso o do PS. Que é aquilo que o PS deveria ter feito, suportar de forma crítica naturalmente, mas deixar passar e governar o partido mais votado”, afirmou.

Segundo o candidato à liderança do PSD, a chamada gerigonça é “democraticamente legítimo, constitucionalmente perfeito e legítimo, mas era mais saudável dizermos: a coligação PSD/CDS ganhou as eleições; tal como no passado, vamos permitir que quem ganhou possa governar”, acrescenta.

“Se, por acaso, eu ganhar as eleições, como o CDS, que é o aliado mais natural, não conseguirmos constituir uma maioria absoluta, conseguir que o Governo minoritário tenha apoio parlamentar – tal como sempre foi desde o pós-25 de Abril – para governar”.

Rio faz ainda um balanço positivo do desempenho de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República mas preferia que, por vezes, tivesse “mais algum recato” e considera que é “muito difícil” fazer acordos sobre reformas estruturais até 2019.

Em matéria de reforma do sistema político, admite a redução do número de deputados e volta à ideia de os votos brancos e nulos terem consequências na formação do Parlamento.

Santana não fará acordos de Governo com o PS

Com uma perspetiva contrária, Santana Lopes reafirmou, este domingo, em Viana do Castelo, que se ganhar as eleições do partido “não fará acordos de Governo com o PS”.

“Eu quero que saibam que no sábado, dia 13 de janeiro, quando formos votar, todos temos de estar bem cientes desta diferença. Se estiveram de acordo comigo têm uma razão adicional: não farei acordos de Governo com o Partido Socialista. Nem antes nem depois das eleições”, afirmou durante um jantar que reuniu mais de 400 militantes.

Santana Lopes diz que não se trata de uma “embirração pessoal” com o PS mas por considerar tratar-se de um “erro”. “Se os dois partidos principais vão para o Governo quem é que fica de fora? Os extremos do sistema. Vejam o que aconteceu na Alemanha, agora”, destacou, afirmando que a “escolha” caberá aos militantes do partido.

“O que querem no próximo dia 13? Querem que regressem à direção do partido ou venham para a direção do partido aqueles que durante estes anos do Governo de Pedro Passos Coelho, constantemente, o criticaram, que andaram de braço dado com os nossos adversários?”, questionou.

Santana Lopes diz que essa é “uma opção errada” e que foi uma das razões que o levou a candidatar-se à liderança do partido. “Eu disse que se Passos Coelho fosse candidato à liderança eu não estaria aqui neste momento. Gostem ou não gostem, ele ganhou as eleições legislativas de 2015 quando muita gente não estava à espera e muitos fizeram muita coisa para que isso não fosse possível. E se ganhou as eleições legislativas de 2015 tinha direito a concorrer às eleições de 2019. Entendeu não o fazer. Por isso também aqui estou. Aqui estou sendo eu. Não estou em nome de ninguém, não estou aqui a representar ninguém”, frisou.

Santana Lopes adiantou ter um “programa” com apostas “no crescimento económico, na coesão territorial, na reformulação das políticas sociais”.

“Quem vive mal disposto deve tomar Rennie”

O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa referiu-se ainda ao seu trabalho na instituição, mas sem entrar na polémica da possibilidade de envolvimento no setor financeiro. O seu rival tinha-o desafiado a explicar “tintim por tintim” a ideia.

Santana Lopes disse que “a Santa Casa não tomou decisão nenhuma” e que não recebe “lições de ninguém sobre a defesa dos interesses da Santa Casa de Lisboa e daqueles mais desfavorecidos para quem ela trabalha”.

“A Santa Casa não tomou decisão nenhuma, estava à espera de auditorias, houve hipóteses que foram colocadas em cima da mesa, a decisão foi não. Se não se concretizou foi porque a decisão foi não”, afirmou aos jornalistas, em Chaves. “Inventem os assuntos que quiserem agora. Eu fazia uma sugestão, para tentarem recuperar: trabalhem, apresentem ideias e propostas”, dirigiu-se ao adversário.

Questionado sobre o facto de Rio ter pedido moderação na campanha, Santana respondeu que compreende “o desespero de quem sente o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés” e disse ainda que “como dizia Frei Tomás, faz o que ele diz não faças o que ele faz”.

“Parece que vivem sempre mal dispostos, com os jornalistas, com o FC Porto, com o Montepio, com tudo (…) Rennie, Kompensan e Alka Seltzer“, sugeriu, fazendo uma alusão a medicamentos para a azia.

O PSD escolherá o seu próximo presidente no próximo sábado, dia 13 de janeiro, em eleições diretas.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Rui Rio é a única hipótese para salvar a face do PSD, já que Santana representaria a maior e mais humilhante derrota do partido em 2019.
    O problema é que Rui Rio começa desde já a encher os pés de tiros…
    – quer alterar as pensões conforme a economia ?!?
    – quer apoiar um PS minoritário ?!?
    – anda a atacar Joana Vidal, uma das poucas pessoas que tem feito algo de positivo pela justiça ?!?
    Assim não vai lá… ou não quer ir porque já percebeu que o caminho é de pedras e a derrota frente à geringonça é certa.

  2. os militantes do psd nao tem grandes alternativas, ou é o rio ou o atira te ao mar!!!!!votar em branco nao teria resultados praticos a nao ser que aparecesse uma terceira figura para liderar o psd. quanto aos votantes tem varias alternativas…..ou votam cristas de uma vez por todas e tiram o sentido aos baroes, e as benesses e as guerras de influencias ou ajoelham e convertem se á ideologia da geringonça.
    o cds depois da saida de freitas passou por uma crise de identidade, ate o ps com a cisao da asdi, mes e esquerda socialista.
    tambem ha a hipotese de poderem começar a votar no partido da terra, humanista etc……

    haja deus!!!!!e haja bon senso no dia das eleiçoes……….legislativas!!!!

  3. O senhor Rui Rio está apenas a pretender ser agradecido ao senhor Costa que vencido tomou o poder de assalto não dando oportunidade ao partido mais votado, desta maneira de facto muito dos eleitores terão que procurar outras ideias do governo noutras paragens até porque também a geringonça está cada vez mais infestada de ideias venenosas, segundo acabo de ler algures o Bloco de Esquerda vai propor na AR autorização do cultivo da canábis em casa. Talvez como noutros países europeus esteja na hora de surgir um partido bem mais à direita que tenha algum sentido de responsabilidade perante a humanidade uma vez que parece que isto anda tudo maluco.

  4. Fui amigo pessoal de Francisco Sá Caneiro e, pelo tanto que conheci dele, escolheria Rui Rio. Como sempre, sigo-lhe as pisadas

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