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Vice-presidente da Comissão Europeia pede “por favor” a Passos Coelho para continuar reformas

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EPP Group in the European Parliament / Flickr

Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia

Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia

O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, deixou uma mensagem ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a quem pede “por favor” para que continue com as reformas estruturais.

“Uma mensagem que quero passar ao primeiro-ministro é que por favor continue com as reformas estruturais que realmente aumentem a competitividade”, disse Jyrki Katainen, aos jornalistas, à margem do roadshow (apresentação) do Plano de Investimento para a Europa, que teve lugar esta segunda-feira na Universidade Católica, em Lisboa.

O vice-presidente da Comissão Europeia afirmou que Portugal fez muito para recuperar a confiança, através “de políticas decisivas”.

“Mesmo com uma taxa de desemprego muito elevada no momento, devemos estar satisfeitos por ter recuperado a confiança e deixado, com sucesso, o programa para trás”, afirmou.

O responsável europeu frisou ainda que é preciso “manter o foco na competitividade, nas reformas estruturais e também na dimensão social, como a educação e as capacidades das pessoas”.

O comissário com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, também falou sobre o assunto.

“As reformas que estamos a fazer são essenciais para que o investimento funcione, estarmos a por mais dinheiro, mais investimento sem ter as reformas feitas nos diferentes países da União, não vai dar os resultados que esperamos”, frisou, durante a sua intervenção.

Já à margem do evento, o comissário, e ex-secretário-adjunto do primeiro-ministro, reforçou: “Não basta investir e depois não ter resultados desse investimento, os políticos não devem ser julgados pela quantidade do investimento, mas pela qualidade desse investimento. O que precisamos é ter as reformas certas na Europa“.

Carlos Moedas defendeu ainda que é preciso melhorar o ambiente regulatório e apontou os setores da saúde, indústria e ciência como “os grandes pilares para a mudança”.

Sobre o chamado “Plano Juncker“, pouco mais se soube, mas Carlos Moedas destacou que “é um plano de investimento que pode ter um grande interesse para Portugal” e que permite passar “do velho paradigma de investimento baseado em rendas para um investimento baseado numa economia do conhecimento”.

“O fundo não tem nenhum tipo de alocação geográfica nem de setor e por isso é importante que as empresas portuguesas estejam preparadas para concorrer num ambiente que vai ser de alto nível”, disse.

Questionado sobre o que pensa Bruxelas quanto a uma eventual contribuição de Portugal para o plano, Katainen afirmou não saber se o país pensa em contribuir diretamente para o fundo e destacou que “o mais importante é que o setor privado em Portugal percebe as novas oportunidades”.

“O nosso objetivo é mobilizar o maior número de fontes privadas possível e minimizar os esforços dos contribuintes”, afirmou, classificando as Pequenas e Médias Empresas (PME) como “essenciais” neste processo.

Carlos Moedas sublinhou ainda que “Portugal em relação ao quadro anterior está melhor” e que “as empresas portuguesas estão a apresentar melhores propostas” no âmbito do programa Horizonte 2020.

“Desde dezembro, já tive o gosto de ter telefonado a 15 pessoas em Portugal que tiveram uma bolsa do Centro Europeu de Investigação. São bolsas entre 1,5 milhões de euros e 2 milhões de euros e que mudam a vida de um investigador, são à volta de quase 30 milhões de euros para investigadores que estão em Portugal”, afirmou.

/Lusa

4 Comments

  1. A noticia peca ou por falta de conhecimento do cavalheiro ou por erro de tradução. O que temos sentido é o desmantelamento do Estado, a regressão das condições de vida e uma sucessão de episódios que num país decente teriam dado a demissão imediata do governo. Reformas não vi nem uma. Estamos muito pior em todos os sentidos . Ah….. os mercados…. pois pois. Os que eu conheço andam às moscas, o pessoal não tem dinheiro. Está todo nas mãos dos……Mercados

  2. Olha que lindo, vês?.. Continuar com as reformas, meu menino?.. Quais, diz lá? As que nos puseram todas com ordenado mínimo, as que possibilitam aos patrões nunca passar ninguém a efectivo, as que permitem despedir sem justificação ou as que nos tiraram os subsídios de férias e Natal?..

    Que tal falar mas é das reformas que NÃO foram implementadas, tipo: Redução das autarquias e das empresas camarárias, redução das mordomias dos governantes e das frotas de carros topo de gama renovadas a cada mandato, das reformas vitalícias ao fim de 4 anos de trabalho, revisão dos contratos com as PPPs, proibição de conflitos de interesses entre políticos e sociedades de advogados… Isso sim são reformas que nos punham a todos a viver duas ou três vezes melhor!..

    Mas não… ele deve é estar a referir-se a vender as Águas de Portugal, a Carris e o Metro ao sector privado. De vender Monumentos, rios e orla marítima a multinacionais chinesas e angolanas… Etc…

    Qualquer dia se não dormirmos com o Livro de Mao Tse Tung na mesa de cabeceira, cortam-nos a luz!

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