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Foram vendidas este ano 7,1 milhões de embalagens de antibióticos

massdistraction / Flickr

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O consumo de antibióticos tem vindo a baixar desde 2010, mas ainda assim foram vendidos mais de sete milhões de embalagens destes medicamentos nos primeiros dez meses deste ano, segundo dados da consultora IMS Health.

Segundo dados fornecidos à Lusa por esta consultora, a propósito do Dia Europeu dos Antibióticos, que se assinala esta quarta-feira, a venda de antibióticos nas farmácias baixou de 9.357.411 embalagens vendidas em 2010 para 8.085.314 embalagens em 2014.

Nos primeiros dez meses deste ano, foram vendidos antibióticos no valor de 36.959.445 euros.

De acordo com o relatório Portugal – Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números 2014, apresentado há um ano, Portugal ocupa o 9.º lugar na tabela de 30 países europeus com maior consumo de antibióticos, mas registou nos últimos dois anos uma redução a nível do consumo hospitalar destes fármacos.

O documento refere que “Portugal apresenta das mais elevadas taxas de resistência antimicrobiana” em relação a algumas bactérias, mas aponta para uma descida do consumo de fármacos, sobretudo em meio hospitalar.

A maioria das crianças portuguesas tomou antibióticos no primeiro ano de vida, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica (SPAP).

Para o pediatra e presidente da SPAP, Libério Ribeiro, “é extremamente preocupante perceber que mais de metade das crianças com menos de um ano já tomou antibióticos para tratar essas infeções, muitas das vezes sem necessidade, uma vez que não existe benefício terapêutico de tais medicamentos para as infeções virais, como nos casos de gripes e constipações, muito comuns nesta época do ano”.

“As doenças que são causadas por vírus provocam um sofrimento considerável nas crianças, que devido ao seu sistema imunitário não estar completamente desenvolvido, muitas vezes sofrem oito a doze infeções por ano”, adiantou.

De acordo com este especialista, o tratamento destas infeções não deverá passar pelos antibióticos como primeira opção.

“Vários estudos sobre as tendências de prescrição têm mostrado que os antibióticos são prescritos para a maioria das infeções das vias aéreas, mesmo sendo inexistente o benefício terapêutico destes medicamentos para as infeções virais”, disse.

/Lusa

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