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Varoufakis acusa a banca de ter esmagado a primavera do Syriza

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Alexandros Vlachos / EPA

O ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, durante um encontro do Syriza no parlamento grego

O ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, durante um encontro do Syriza no parlamento grego

O ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis denunciou hoje que, com o novo programa de resgate grego, a “primavera” que representou a chegada ao poder do Syriza foi esmagada “não por tanques, mas sim pela banca”.

“Para quê enviar tropas, se podem enviar a ‘troika’ todos os meses?”, questionou o ex-ministro sobre as pressões nas negociações durante o tempo que foi ministro, num discurso na Festa da Rosa de Fragny, organizada pela ala mais à esquerda do Partido Socialista Francês (PSF), liderada pelo ex-ministro Arnaud Montebourg.

O ex-ministro grego denunciou ainda a falta de democracia do Eurogrupo e contou que o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, insistia que eleições não poderiam forçar a uma mudança política.

“Se as eleições não podem mudar nada, deveria ser escrito nos tratados da União Europeia”, disse Varoufakis, acrescentando, com ironia, que havia proposto que se incluísse uma cláusula que dissesse que “a democracia ficaria suspensa”.

Varoufakis participou no evento de Fragny para lançar o que chamou de “uma rede europeia de progressiva”, que tem como objetivo democratizar o funcionamento da União Europeia.

“Se os alemães, os franceses, os holandeses, os espanhóis tomassem consciência da ausência total de responsabilidade de seus dirigentes para com os eleitores, a inércia, despertariam e pediriam que as coisas fossem diferentes”, argumentou numa entrevista ao diário “Le Journal du Dimanche”.

Para Varoufakis, “há que relançar o diálogo e restabelecer o que se perdeu completamente, a democracia”.

O ex-ministro disse ainda que “não será candidato em nome do Syriza“.

/Lusa

11 Comments

    • Os pseudo revolucionários não se sentem confortáveis se não em minorias de “bons” ecos… O passo que lhes falta para carpideiras de esquerda… Contra tudo e todos e até o sentido de rotação da terra!

  1. Já não fico surpreendido quando encontro mais um comentário de leitores relativamente à situação grega que pratica o que se chama em Inglês “victim blaming”. Supostamente, é a culpa da vítima ter sido violada, pois “pediu-o”.

    O que me deixa plenamente triste é que estes comentários vêm dum povo que está em exatamente a mesma situação como os gregos e que, por esta razão e muitas outras, deveria mostrar-se solidário come eles. Mas não, toma-se o lado dos “donos” e aponta-se o dedo aos “malandros”. Comportamento típico dos obardes que têm inveja daqueles que tiveram a coragem que eles próprios bem queriam ter, mas não têm. Vergonhoso.

  2. Já não fico surpreendido quando encontro mais um comentário de portugueses relativamente à situação grega que pratica o que se chama em Inglês “victim blaming”.

    Supostamente, é a culpa da vítima ter sido violada, pois “pediu-o”. O que me deixa plenamente triste é que estes comentários vêm dum povo que está em exatamente a mesma situação como os gregos e que, por esta razão e muitas outras, deveria mostrar-se solidário come eles. Mas não, toma-se o lado dos “donos” e aponta-se o dedo aos “malandros”. Comportamento típico dos cobardes que têm inveja daqueles que tiveram a coragem que eles próprios bem queriam ter, mas não têm. Vergonhoso.

    • Percebe-se o revolucionarismo de minoria carpideira omitindo ostensivamente o que faz de um homem – uma nação – íntegro. A palavra. Base de compromisso em contra ponto com expedientes da treta: Se gastas é porque tens. Se gastas o que não tens pagas e não bufes nem faças de carpideira porque a maioria já não crê em lágrimas de crocodilo.

    • Concordo em absoluto consigo. Deve haver uma explicação clínica para este tipo de comportamento aberrante… Cada vez menos tenho esperança neste país e no seu povo, que além de inculto (acredita em tudo que vê na tv), é totalmente apático. As próximas eleições vão provar exactamente isso.

  3. Paladino da democracia a servir-se da democracia como bem lhe aprouver sobretudo conforme o momento: Antes, durante e depois do syriza ganhar as eleições e de ele ser enxotado por empecilho…
    Ora “a democracia ficaria suspensa” – aprendeu com M. Ferreira Leite – até que? Quando? Uma coisa é certa, cada vez que põe a boca no trombone vai afinando a sua própria retórica desestruturada

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