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Dois vice-presidentes e vários altos dirigentes da FIFA detidos por corrupção

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Marcello Casal Jr. / ABr

O presidente da FIFA, Joseph Sepp Blatter

Vários dirigentes da FIFA foram detidos esta quarta-feira na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana, que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção.

A operação foi levada a cabo pela polícia suíça, às primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu encontro anual. Segundo o The New York Times, após pedirem as chaves na receção, os agentes dirigiram-se aos quartos para realizar as detenções. Pelo menos dois homens saíram do hotel sem algemas.

Em comunicado, o Departamento de Justiça dos EUA informou que as autoridades suíças em Zurique prenderam sete suspeitos, nomeadamente Jeffrey Webb (CONCACAF), Eduardo Li (Costa Rica), Julio Rocha (Nicarágua), Costas Takkas (Ilhas Caimão), Eugenio Figueredo (Uruguai), Rafael Esquivel (Venezuela) e José Maria Marin (Brasil).

De acordo com três fontes com conhecimento direto do caso, estarão em causa suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas, envolvendo os concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e transmissão de jogos,

O diário afirma que a investigação representa uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido acusado.

Entretanto, o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça confirmaram a detenção, com acusações de corrupção, dos dirigentes, além de buscas na sede da FIFA, em Zurique, durante as quais apreenderam documentos e dados informáticos.

O ministério público suíço tinha instaurado em março um inquérito contra desconhecidos por “branqueamento de capitais e gestão danosa” na atribuição dos mundiais de futebol de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar.

“Os enriquecimentos ilícitos ocorreram, em parte, na Suíça”, esclareceu, numa nota, o ministério suíço da Justiça, acrescentando que este inquérito foi aberto a 10 de março de 2015.

As autoridades helvéticas indicaram que se prevê a sua extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.

No comunicado, as autoridades norte-americanas afirmam ter indiciado 14 pessoas por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha: nove dirigentes da FIFA e cinco executivos de empresas ligadas ao futebol.

De acordo com as autoridades, o grupo é acusado de armar um esquema de corrupção com subornos de pelo menos 150 milhões de dólares, que existe há pelo menos vinte e quatro anos.

Dois vice-presidentes

O New York Times identifica diretamente apenas Eduardo Li, da Costa Rica, mas afirma que Jack Warner, antigo vice-presidente da FIFA, “está entre aqueles que devem enfrentar acusações nos Estados Unidos”.

As autoridades norte-americanas “planeiam avançar com acusações contra mais de 10 dirigentes”, apesar de nem todos estarem em Zurique. Um deles é Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e vice-presidente da comissão executiva.

Na lista do jornal consta também Eugenio Figueredo, do Uruguai, vice-presidente da comissão executiva, e que era, até recentemente, presidente da Associação de Futebol da América do Sul.

Entretanto, a imprensa brasileira avança que José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, está também entre os dirigentes detidos.

A detenção dos seis dirigentes da FIFA não surpreendeu Luís Figo, disse hoje à agência Lusa uma fonte da ex-candidatura do português, que relembra que a suspeição em torno do organismo foi um dos motivos “que o levou a desistir”.

Na quinta-feira passada, Luís Figo anunciou a desistência da candidatura à presidência da FIFA, marcadas para sexta-feira, comparando o atual estado do organismo que rege o futebol mundial a uma “ditadura”.

O anúncio de Figo surgiu horas depois de o holandês Mitchell van Praag ter desistido, anunciando o apoio ao jordano Ali bin Al Hussein, que se mantém na luta com o atual presidente, o suíço Joseph Blatter.

Futebol365 / Lusa

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