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Urbanização da China está a matar a tendência para o suicídio

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Ricky Qi / Wikimedia

O outono em Shangai

O número de suicídios na China, que no início do século XXI era dos mais elevados do mundo, diminuiu quase 60% entre 2000 e 2012, devido em parte à urbanização do país.

A diminuição registou-se sobretudo as zonas rurais, que há 15 anos tinham uma taxa de suicídios três vezes superior ao das zonas urbanas, especialmente entre as mulheres, cujo número de suicídios suplantava largamente o dos homens, indica o China Daily esta quarta-feira, citando um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 2012, a taxa de suicídios na China desceu para 7,8 por 100.000 habitantes, contra 19,4 por 100.000 no ano 2000, ficando muito abaixo da alarmante taxa de 13 por 100.000 fixada pela OMS.

E o número de mulheres chinesas que se suicidam “já é quase igual ao dos homens”, salientou Li Xianyun, diretor do Centro de Prevenção de Suicídios do Hospital Huilongguan, em Pequim.

Em 2003, nas zonas rurais da China, a taxa de suicídios entre as mulheres era de 17,44 por 100.000, mais 2,37 por 100.000 do que entre os homens, mas nove mais tarde, a incidência baixou para 9,09 por 100.000 e 8,05 por 100.000, respetivamente.

Quase 20 milhões de chineses, homens e mulheres, afluem anualmente às cidades, num processo de urbanização sem precedentes no mundo.

Em 2011, pela primeira vez, a percentagem da população urbana da China excedeu os 50%, somando 690 milhões, e pelas previsões oficiais, mais 250 milhões deverão radicar-se nas cidades até ao final da próxima década.

“A mudança para as cidades libertou muitas mulheres do papel subalterno que desempenhavam nas aldeias”, observou um professor de sociologia, Jing Jun, citado pelo China Daily.

Uma outra explicação para a diminuição dos suicídios nas zonas rurais está relacionada com as restrições à venda de pesticidas altamente tóxicos, a “arma” mais comum de suicídio entre as mulheres do campo e outrora bastante acessível.

/Lusa

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