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Um beijo pode transferir 80 milhões de bactérias

KoS / Wikimedia

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Um estudo realizado na Holanda sugere que um único beijo de dez segundos pode transferir até 80 milhões de bactérias.

Investigadores da Organização Holandesa para a Pesquisa Científica Aplicada monitorizaram beijos de 21 casais e descobriram que os que se beijavam 9 vezes por dia tinham maiores probabilidades de partilhar as bactérias presentes na saliva.

Outras pesquisas já tinham sugerido que podem existir mais de 700 tipos diferentes de bactérias na boca.

Este novo estudo, publicado na revista especializada Microbiome, revela que algumas destas bactérias são partilhadas mais facilmente que outras.

A equipe de investigadores holandeses mapeou, através de entrevistas, os hábitos de 21 casais no que diz respeito à troca de beijos.

Os cientistas colheram então amostras de bactérias das línguas e saliva dos voluntários antes e depois de um beijo de dez segundos.

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Remco Kort, investigador da Vrije Universiteit Amsterdam

Remco Kort, investigador da Vrije Universiteit Amsterdam

Em cada casal, um dos membros bebeu seguidamente um probiótico, que continha uma mistura de bactérias que poderiam ser facilmente identificadas.

No segundo beijo do casal de voluntários, após o consumo da bebida probiótica, os cientistas conseguiram detectar o volume de bactérias transferidas para o parceiro – cerca de 80 milhões de bactérias.

Os cientistas observaram ainda que a população de bactérias na saliva parecia mudar rapidamente em resposta a um beijo, enquanto que a da língua permanecia mais estável.

“O beijo de língua é um óptimo exemplo de exposição a um número gigantesco de bactérias num tempo curto”, diz à BBC o investigador Remco Kort, da Vrije Universiteit Amsterdam, que liderou a pesquisa.

“Este tipo de investigação pode ajudar-nos a criar, no futuro, terapias para enfrentar as bactérias e ajudar as pessoas que têm problemas bacteriológicos”, acrescentou o cientista.

Museu do micróbio

Os cientistas holandeses trabalharam em parceria com o museu Micropia, considerado o primeiro museu sobre micróbios do mundo, com sede em Amsterdão.

Numa exposição recém-inaugurada, casais são convidados beijar-se e recebem uma análise instantânea das bactérias que partilharam.

Um número cada vez maior de investigadores está a analisar o chamado microbioma, um ecossistema de cerca de 100 trilhões de micro-organismos que vivem no nosso corpo.

Mas segundo os cientistas, estas assustadoras populações microscópicas podem na realidade ser essenciais para a saúde e prevenção de doenças.

ZAP / BBC

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