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Terras abandonadas podem passar a ter utilização comunitária

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Paulo Vaz Henriques / Portugal.gov.pt

Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa

Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa

A ministra da Administração Interna manifesta-se a favor de uma “utilização comunitária” para os terrenos florestais que, estando ao abandono por parte de proprietários privados, prejudicam o combate aos incêndios.

“Temos também que rever o nosso sistema de propriedade, porque, se as pessoas abandonam as suas terras e não têm interesse nelas, deveremos encontrar uma solução para haver uma utilização comunitária [desses terrenos]”, afirma aos jornalistas Constança Urbano de Sousa.

O semanário Expresso noticia, este sábado, que o Governo tem a intenção de passar a posse de terras abandonadas para as autarquias, que ficarão responsáveis pela sua gestão e exploração.

Constança Urbano de Sousa ainda nota, durante uma visita ao comando de operações da Protecção Civil em Castelo de Paiva, um dos municípios afectado pelos incêndios, que a floresta portuguesa “está muito repartida em pequenos pedaços que são de propriedade privada” e que criar um “cadastro florestal” para identificar as terras abandonadas seria “muito útil”.

Autarcas admitem gerir terras abandonadas, mas só com mais dinheiro

Uma ideia apoiada pelo presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Paiva, que salienta que já teve “indicação de que o Governo está apostado em fazer esse trabalho de levantamento de toda a propriedade e seus responsáveis, porque assim será muito mais fácil identificá-los”.

Gonçalo Paiva não se opõe a que a posse das terras abandonadas passe a ser entregue às autarquias, mas avisa que estas “já apostam muito em gabinetes técnicos da área florestal e de planeamento” e que, por isso, estão “muito limitadas” e precisam de “muitos mais recursos”.

O presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, também concorda com a possibilidade das autarquias gerirem e explorarem as terras abandonadas, mas alerta igualmente que a ideia tem que ser acompanhada por meios financeiros.

ZAP / Lusa

7 Comments

  1. A utilização dessas terras para hortas comunitárias como fizeram em muitos municípios no continente , nomeadamente em Torres Vedras em que continua a ser um sucesso, pois tem sido sempre acompanhadas e geridas pelo município, e tenho alguns amigos que são utilizadores e sempre poupam alguns eurozitos na compra de legumes e atenção que têm que cumprir com regras de utilização

  2. Atenção os terrenos abandonados ficam a ser geridos pela autarquia depois de uma previa consulta aos proprietários. Não e lhe tirar os terrenos sem mais nem menos.

  3. Espantoso como, ainda não se conhecendo o teor completo, repito, completo, da ideia que foi avançada pela ministra, apareçam logo pessoas a criticar. Faz lembrar aquele velho ditado ” nao …. nem sai de cima “.
    Temos alguns pequenos terrenos, por herança da minha mulher, no norte, concretamente na zona de S. Pedro do Sul. Não temos tempo para ir lá com frequência e, por isso, falámos com alguns tios e cedemos os terrenos para eles explorarem a nivel agrícola. Ganhamos todos, nós continuamos a ser os donos, eles limpam os terrenos e retiram de lá toda a produção do que semearem para eles ( embora, quando conseguimos lá ir, nos oferecam um garrafão de azeite, um ou dois sacos de batatas, courgetes, nabos, favas). No entanto temos ainda dois terrenos que eles (porque também têm os terrenos deles) não têm tempo de tratar, ora, se avançar esta ideia e se as condições passarem por um regime de cedência anual, por exemplo, em que a pessoa continua a ser proprietária mas permite que outras pessoas possam tirar de lá produção para elas e efectuarem a limpeza do terrenos, porque não?

  4. que grande piada esta ministra. quer tirar as terras aos proprietários. e o que vai fazer com as terras que pertencem ao estrado e que estão por limpar? se nao sabe gerir as suas terras, como quer gerir as que vao tirar aos proprietários?
    actualmente fica mais facil pagar as multas do que colocar pessoas a limpar as matas. enquanto isto acontecer, as matas continuarão cheias de lixo.
    como podem os agentes de autoridade multar uma pessoa por nao limpar a mata, quando a mata vizinha é do estado e que está toda apinhada de material (de caruma, ramos, etc)?
    o estado que comece a dar o exemplo.

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