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Supercomputador do tamanho de um selo simula funcionamento do cérebro

IBM Research

Dharmendra Modha, líder da equipa responsável pelo desenvolvimento do TrueNorth

Dharmendra Modha, líder da equipa responsável pelo desenvolvimento do TrueNorth

Cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, criaram um novo modelo de chip de computador inspirado no cérebro humano. O TrueNorth permitirá que novos dispositivos tecnológicos processem a transmissão de dados sensoriais.

O chip, que reproduz a estrutura organizacional do cérebro, tem capacidade para alimentar um supercomputador, utilizando o mínimo de energia. O processador é formado por um milhão de unidades computacionais, denominadas de neurónios. Cada um deles está ligado a outros 256.

O modelo resulta de anos de cooperação entre cientistas coordenados pela empresa IBM, e foi apresentado na revista Science.

“O trabalho cumulativo é de mais de 200 anos numa escala humana”, afirmou à BBC Dharmendra Modha, que liderou o grupo de trabalho, classificando o TrueNorth como “uma nova máquina para uma nova era”.

Porém, e de acordo com a explicação do investigador, aplicações comerciais poderão ainda demorar anos, uma vez que qualquer software para este novo sistema terá de ser escrito do zero. “O nosso chip integra computação, comunicação e memória”, disse Modha.

A estrutura fundamental do TrueNorth são os “centros neurosinápticos” de 256 neurónios cada, criados pela IBM em 2011. Modha e sua equipa conseguiram instalar uma rede de 64 por 64 destes centros num único chip, proporcionando um total de um milhão de neurónios. Tendo em conta que cada um desses neurónios está ligado a outros 256, mais de 256 milhões de sinapses são possíveis.

Trata-se, sem dúvida, de uma complexidade impressionante para um objecto de apenas 3 cm de largura criado pelo homem. Ainda assim, é extremamente simples em comparação com o cérebro – cada neurónio biológico recebe e envia dados em torno de 10 mil ligações.

De entre as muitas aplicações que este novo chip permite está a criação de óculos para cegos que fazem uma análise do ambiente que os rodeia, permitindo-lhes “caminhar com segurança pelas ruas de qualquer cidade sem necessidade de uma ligação Wi-Fi”.

CG, ZAP

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