/

Stress crónico prejudica a memória a curto prazo

Estar em constante estado de ansiedade não só interfere com a saúde cardiovascular como afeta a alimentação, o descanso, a concentração e, sabe-se agora, também a memória.

Uma pessoa distraída, deprimida, ansiosa ou cansada pode ter um mau desempenho em tarefas que exijam a memória, como esquecer o número de telefone, esquecer algo que precisa comprar no supermercado ou esquecer a mala na sala de espera de um consultório.

Segundo um estudo da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, o stress crónico afeta temporariamente a memória a curto prazo, não se sabendo, porém, se esta interferência negativa tem consequências a longo prazo. Para já, sabe-se que os problemas de memória deixam de existir passados 28 dias.

Depois de uma experiência em ratos de laboratório, que foram sujeitos de forma contínua a uma situação conhecida como repetida derrota social – sendo dominados por um rato alfa, o que produz um efeito semelhante ao stress crónico nos humanos -, os investigadores norte-americanos notaram que o stress conseguia afetar a capacidade de lembrar a saída do labirinto em que estavam.

“Os ratos stressados não se lembravam do caminho. Os ratos que não estavam sub stress lembravam-no perfeitamente”, descreveu Jonathan Godbout, autor do estudo.

Divulgada na publicação especializada The Journal of Neuroscience em março, a investigação traça uma relação direta entre o stress contínuo e a memória a curto prazo – a memória que é usada frequentemente nas mais variadas situações do dia a dia.

Os investigadores notaram ainda que o stress crónico não só afeta a criação de novas células cerebrais como leva a um aumento de macrófagos (células que respondem a processos inflamatórios), sendo, por isso, também uma causa para mudanças na química e biologia do cérebro, especialmente no hipocampo, a região do cérebro responsável pelas memórias e a reação emocional.

Move

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.