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Standard & Poor’s baixa rating da dívida do Brasil para “lixo”

Marcelo Camargo / ABr

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff

A agência de ratings Standard & Poor’s reduziu esta quarta-feira o ‘rating’ da dívida soberana do Brasil para lixo, invocando a política do Governo da Presidente Dilma Rousseff para controlar as contas públicas e também a turbulência política.

“Estamos a reduzir os ‘ratings’ a longo prazo em moeda estrangeira e local sobre o Brasil para ‘BB+’ e ‘BBB-‘ com perspectiva negativa”, referiu em comunicado a agência, o que significa que há probabilidade de nova revisão para baixo no futuro.

Com a redução, o Brasil perde o grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir.

No comunicado, a agência diz que o perfil de crédito do Brasil enfraqueceu desde 28 de julho, altura em que houve revisão da perspectiva de nota do país para negativa, ainda com manutenção do grau de investimento.

A S&P assinala que a proposta de orçamento do país para 2016, prevendo um déficit primário de 30,5 mil milhões de Reais em lugar do superávit de 0,7% estimado anteriormente, influenciou a decisão do rebaixamento.

Para a agência, a proposta de orçamento com déficit “reflete desacordo sobre a composição e magnitude das medidas necessárias para reparação da derrapagem das finanças públicas”.

A nota cita também a “falta de coesão” na relação entre o ministro das Finanças, Joaquim Levy, e a presidente Dilma Rousseff.

“Enquanto o ministro das Finanças está a trabalhar para levar adiante várias medidas para retomar a meta inicial de 0,7% de superávit, elas precisarão ser negociadas com o Congresso”, refere a agência.

“Mais importante, a série de eventos que levou à proposta orçamentária com déficit sugere uma coesão diminuída com o gabinete da presidente Dilma Rousseff e contribui para a nossa avaliação de um perfil de crédito mais fraco”, diz o comunicado.

Além da revisão da S&P da perspectiva da nota de crédito do país para negativa no fim de julho, a Fitch fez o mesmo em abril.

A Moody’s, por sua vez, também rebaixou o rating país em agosto, de Baa2 para Baa3, o que ainda significa grau de investimento.

ZAP / Agência Brasil

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