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Sorocaba, a terra onde há mais vítimas no trânsito do que homicídios

Shuets Udono / wikimedia

foto: Shuets Udono / wikimedia

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Quando se fala em ‘sentimento de insegurança no Brasil’, as palavras que nos chegam à mente são logo assalto, rapto ou homicídio. Mas em Sorocaba, a maior cidade do interior do estado de São Paulo, o número de mortes violentas no trânsito já supera o total de homicídios.

De janeiro a setembro deste ano, 76 pessoas morreram em acidentes de trânsito causados por culpa de condutores ou outros agentes. No mesmo período, o número de vítimas de homicídios dolosos – com intenção de matar – chegou a 54.

Segundo os dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, é a primeira vez que as mortes provocadas no trânsito superam o número de homicídios criminosos na cidade, com 593.183 habitantes registados.

Em todo o ano de 2012, o trânsito originou 59 mortes por culpa de algum agente, enquanto os homicídios dolosos somaram 66 vítimas. Em 2011, o trânsito matou 54 pessoas e foram 55 as vítimas de homicídios dolosos.

Nos 76 casos registados este ano, constam duas mortes no trânsito classificadas como homicídio doloso.

Um dos casos é o do músico Fausto Carlos Pará, de 21 anos, morto no último dia 2, quando o seu carro foi atingido por um Mercedes Benz blindado, conduzido por Romualdo Siqueira Spinoza, de 34 anos.

O condutor, que conduzia o veículo do patrão sem autorização, abasteceu numa bomba de gasolina sem pagar e era perseguido pela polícia, quando passou um sinal vermelho e causou a colisão com o jovem músico. As entidades judiciais de Sorocaba entenderam que Spinoza “assumiu o risco de matar” e decidiu que o acusado será julgado em Tribunal de Júri.

Em Portugal a mortalidade no trânsito tem vindo a diminuir nos últimos anos. Segundo dados do INE, em 2010, a Taxa de Mortalidade Padronizada devida a acidentes de trânsito com veículos a motor foi de 6,8 por cada 100.000 habitantes. Em Sorocaba, é aproximadamente o dobro: 12,8.

AJB, ZAP com MA/AE

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