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“Só mais 5 minutos” de televisão é muito pior do que falta de aviso

Pixel y Dixel / Flickr

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Um novo estudo norte-americano descobriu que as crianças reagem melhor quando a televisão ou o tablet são desligados sem qualquer aviso prévio.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Washington entrevistou 28 famílias com crianças entre um e cinco anos para recolher dados sobre os hábitos dos jovens relativamente à TV – e outros ecrãs.

No decorrer do estudo foi pedido aos participantes que descrevessem como foi a interacção das crianças com dispositivos multimédia, como a TV ou tablets, durante duas semanas.

Entre outros detalhes, o estudo recolheu dados sobre quanto tempo as crianças utilizavam os aparelhos e se ficavam tristes quando se lhes pedia que os desligassem.

Os investigadores descobriram que as crianças ficaram muito mais tristes, e com mais frequência, quando os pais as avisavam, antes de desligar, de que o tempo de TV ou do jogo estava a acabar, do que quando eram desligados sem aviso prévio.

“Nós pensávamos que dar às crianças um aviso um pouco antes, para ajustar as suas expectativas, iria ajudar as coisas a correrem melhor, mas isso, na verdade, deixou-as bem pior”, explica um dos autores do estudo, Alexis Hiniker, ao jornal americano “New York Times“.

(PD/CC0) PDP / pixabat

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Ao desligar os dispositivos sem aviso prévio, os pais podem ser melhor sucedidos a enganar as crianças

A investigadora Julie Kentz, co-autora do estudo, acredita que em vez de facilitar a transição da criança, o aviso acaba por prepará-las para lutar contra a perda imposta do tempo de entretenimento.

Segundo Hiniker, os programas ou jogos que mostram uma pré-visualização dos próximos episódios ou antecipam o que vai acontecer a seguir  tornam mais difícil para a criança afastar-se do ecrã.

Ao desligar os dispositivos sem aviso prévio, os pais podem ser melhor sucedidos a enganar as crianças – e atirar a culpa para cima da tecnologia, alegando que a bateria acabou, ou que a internet deixou de funcionar, por exemplo.

De acordo com o estudo, uma outra táctica que ajudou as crianças a não ficarem tristes foi a de agendar na sua rotina diária, como se fosse um compromisso, o tempo para jogar, ver TV ou usar tablets.

E quando o aparelho é desligado sempre num momento específico – quando o almoço está pronto, por exemplo – as crianças não argumentavam nem ficavam tão chateadas.

De qualquer forma, o importante é mesmo conseguir afastar de vez em quando as crianças dos seus ecrãs – não só faz bem à vista, como até lhes dá mais vontade de fazer o TPC.

ZAP

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