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Sarampo volta a matar

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Julien Harneis / wikimedia

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou esta quinta-feira que o sarampo está mais mortal, tendo provocado 145.700 óbitos em 2013, comparativamente aos 122.000 registados em 2012.

Em comunicado publicado no seu site, a OMS refere que do total de óbitos registados em 2013, a Índia, Nigéria, Paquistão, Etiópia, Indonésia e República Democrática do Congo foram os mais atingidos, totalizando 70% dos casos.

O aumento de casos da doença em 2013 deveu-se em grande parte aos surtos registados na China, República Democrática do Congo e Nigéria, mas no mesmo ano a epidemia apareceu em outras partes do mundo.

O fraco sistema de saúde e a deslocação populacional, devido aos conflitos em alguns países, têm dificultado os esforços de vacinação contra o sarampo, consideram as duas organizações.

Por exemplo, “a região da Europa viu ressurgir o surto em vários países, incluindo a Geórgia, Turquia e Ucrânia”, por isso “um renovado compromisso político de alto nível é necessário para inverter esta tendência”, defendem a agência da ONU e o CDC.

Os valores constam do registo epidemiológico semanal, publicado conjuntamente pela OMS e pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, com as duas instituições a referirem que as mortes por sarampo representam uma queda de 75% na mortalidade desde 2000, abaixo da meta de redução intermédia definida de 95% até 2015.

Em 2013, lê-se no balanço conjunto, 205 milhões de crianças foram imunizadas contra o sarampo através de campanhas de grande escala em 34 países, incluindo Camboja, Cabo Verde, Gana, Jordânia, Senegal e Sudão. “No entanto, enquanto a cobertura estimada com a primeira dose da vacina contra o sarampo aumentou globalmente para 83%, em 2009, no ano passado, tendência manteve-se estática na ordem dos 83 a 84%”, assinala a nota da agência das Nações Unidas.

De acordo com a OMS e o CDC, mais de 60% dos cerca de 21,5 milhões de crianças que não foram vacinadas contra o sarampo aos nove meses de idade no ano passado são provenientes de seis países: Índia, com 6,4 milhões, Nigéria (2,7 milhões), Paquistão (1,7 milhões), Etiópia (1,1 milhões), Indonésia e República Democrática do Congo, ambos com 0,7 milhões de casos.

Comentando a situação, o responsável pelo Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS, Peter Strebel, considerou que “os países precisam urgentemente de dar prioridade à manutenção e melhoria da cobertura da vacinação”. “A incapacidade para inverter esta tendência alarmante poderia comprometer a dinâmica gerada por uma década de conquistas na redução da mortalidade por sarampo”, assinalou.

A doença, altamente contagiosa, é transmitida por secreções respiratórias como espirros e tosse. Apesar de ser evitável por vacina, o sarampo ainda é uma importante causa de morte de crianças em todo o mundo, pelo que “são necessários maiores esforços para manter o nível atual de controlo visando continuar a reduzir o número de casos e de óbitos”, consideram a OMS e o CDC.

/Lusa

1 Comment

  1. Países que vivem na pobreza… Melhorem PRIMEIRO a qualidade de vida dessas pessoas (água potável, canalização, saneamento, alimentação). Mas não, empurram logo a vacinação, pois é algo que dá muito mais lucro. Não resolvem logo o problema na sua raíz, tentam tapar o buraco com areia movediça…

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