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Rui Moreira apela ao “investimento” das empresas na solidariedade social

Dave Moreira / Wikimedia

foto: DaveMoreira / Wikimedia

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, apelou ao contributo e apoio por parte dos empresários, comerciantes e banqueiros da cidade nas instituições de solidariedade social, sugerindo uma eventual “majoração desse investimento”.

Segunda-feira à noite, no jantar-debate sobre o tema “O Porto que queremos”, organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), Rui Moreira estabeleceu como “primeira prioridade aqueles que mais precisam”.

“E para isso nós vamos precisar da rede social, mas também vamos precisar das senhoras e dos senhores que aqui estão. Nós vamos precisar que as pessoas de negócios, os empresários, os comerciantes do Porto – que são afinal a nova burguesia da cidade – não acreditem que este problema possa ser resolvido apenas por recurso aos instrumentos tradicionais do Estado social”, apelou.

Na opinião do presidente independente da Câmara do Porto, para resolver o problema social da cidade do Porto, é preciso que “os empresários, os comerciantes, os banqueiros e todos aqueles que têm negócio na cidade contribuam à sua maneira”.

“Nós acreditamos – e para isso disporemos de recursos municipais – que talvez a melhor forma de avaliar aonde podemos investir melhor os recursos que temos para fazer chegar aqueles que mais precisam é exatamente em parcerias com empresas e isso podemos fazer replicando o investimento que as empresas fazem nas IPSS”, explicou.

Rui Moreira deu o exemplo do modelo europeu e também do americano em que isto “começa a ser replicado”, sugerindo que “aquilo que for aplicado com parcimónia na solidariedade social pode ser um bom investimento para as empresas”, principalmente se for possível, “através do município, fazer uma majoração desse investimento”.

“Mas nós não queremos uma contribuição cega nem queremos uma contribuição que seja apenas uma forma de alijarmos responsabilidades”, garantiu.

Rui Moreira dirigiu-se à plateia presente explicando que precisa que “a experiência” existente na gestão das empresas “seja posta ao serviço das IPSS porque muitas vezes o maior fator que elas têm é incapacidade de gerirem os seus destinos”.

“Uma dificuldade muito grande de identificarem os seus territórios tradicionais e confundirem muitas vezes aquilo que sabem fazer com aquilo que gostariam de fazer, muitas vezes com a tentativa generosa de atrair mais fundos. Precisamos do vosso auxílio”, apelou.

Rui Moreira – que falou ainda da aposta na cultura e na coesão social – considerou ainda querer “fazer do Porto é uma cidade que seja competente a fazer aquilo que pode fazer” e “não é um Porto que pretenda ser Barcelona ou Paris ou Londres”.

“Nós não temos condições para ser capital de coisa nenhuma e, em rigor, nós somos uma cidade que somos anti-capital. Não contra a capital mas anti-capital”, enfatizou.

Entre os vários temas abordados ao longo das perguntas e respostas que surgiram no debate, destaque para a eventual fusão entre Porto, Gaia e Matosinhos, proposta sobre o qual o autarca se manifestou totalmente contra, defendendo, no entanto, “a necessidade de criar maiores sinergias com as cidades mais próximas”.

/Lusa

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