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Rolling Stones chegaram a Cuba para um (polémico) concerto histórico

therollingstones / Facebook

Os Rolling Stones à chegada a Cuba

Esta sexta-feira, a banda britânica vai dar um concerto gratuito em Havana, que deverá ter lotação esgotada.

Este é o primeiro espectáculo do grupo liderado por Mick Jagger em Cuba e acontece três dias após a visita do presidente norte-americano Barack Obama.

O concerto terá lugar na Cidade Desportiva de Havana.

O espectáculo encerra a digressão da América Latina Olé Tour da banda, que já passou por estádios esgotados em Buenos Aires, Rio de Janeiro, Montevideu, Lima, Bogotá e Cidade do México.

O “Concerto pela Amizade”, assim o intitulou a banda, será filmado para posterior produção de um documentário sobre a digressão dos Rolling Stones.

Ontem o grupo partilhou nas redes sociais uma foto da sua chegada à terra de Fidel Castro.

A banda revelou entretanto um vídeo, com o nome “Os Rolling Stones estão a chegar a Cuba”, no qual se ouve Mick Jagger dizer aos cubanos, em espanhol, que “a banda está muito feliz por tocar para eles”.

“Tocámos em muitos sítios incríveis, mas este concerto será histórico para nós“, diz Jagger, num espanhol bastante razoável.

O concerto dos Stones em Havana está no entanto a causar alguma polémica entre os cubanos.

Segundo a Euronews, os Rolling Stones são criticados por alguns músicos cubanos dissidentes, que consideram uma hipocrisia dar um concerto que dizem legitimar uma ditadura que continua a perseguir os músicos de rock cubanos, tratados pelas autoridades como drogados e marginais.

Nos tempos de Fidel Castro, ouvir a música dos Rolling Stones era arriscar uma pena de prisão.

O cantor cubano Regino Barredo disse à Deutsche Welle que foi detido em 1967 por escutar uma emissora de rádio americana – e só saíu da prisão 14 anos depois.

Para o músico Gorki Ávila, opositor político e líder da banda de rock cubana Porno para Ricardo, o concerto “é uma vergonha”.

“Primeiro, porque o rock ainda é considerado pelo governo algo para viciados em drogas e marginais”, diz Ávila.

“Segundo, porque essas estrelas advogam liberdades no mundo, participam em projetos humanitários, e agora vêm, desconhecendo a realidade cubana, validar a falsa imagem de mudança que a ditadura quer oferecer”, acusa o músico.

ZAP / Move

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