Reino Unido quer criar legislação para erradicar extremistas

The Prime Minister's Office / Flickr

O primeiro ministro pritânico, David Cameron, com a ministra do Interior, Theresa May, num encontro com a polícia britânica

O primeiro ministro pritânico, David Cameron, com a ministra do Interior, Theresa May, num encontro com a polícia britânica

O Governo do Reino Unido tenciona criar uma legislação específica para combater e erradicar os extremistas britânicos, após a divulgação do vídeo que mostra a execução do jornalista norte-americano James Foley por um jihadista com sotaque britânico.

A informação, divulgada pelo jornal The Telegraph, é avançada pela ministra do Interior britânica, Theresa May.

Entre as medidas em análise está a revisão das ordens de proibição de grupos extremistas e dos oradores radicais que incitam ao ódio e à violência, mas também a introdução de novos poderes civis para localizar extremistas que procuram recrutar e radicalizar outros.

Segundo Theresa May, Londres pretende acionar todos os poderes legais necessários para vencer a luta contra o terrorismo, que poderá demorar “décadas”.

“Vamos estar envolvidos nesta luta durante muitos anos, provavelmente décadas. Devemos ter todos os poderes legais necessários”, frisou a governante, acrescentando que todos os elementos suspeitos que viajarem para a Síria e Iraque “serão investigados pela polícia e pelos serviços de segurança”.

Uma questão de nacionalidade

Ainda em declarações ao jornal britânico, Theresa May especificou que uma das alterações em estudo é a possibilidade de retirar a cidadania britânica aos elementos suspeitos que saem do país para combater na Síria e no Iraque nas fileiras de grupos extremistas.

“Aos que tenham dupla nacionalidade, teremos o poder de lhes retirar a cidadania e exclui-los do país”, referiu Theresa May.

“Qualquer britânico que regresse da Síria e do Iraque irá enfrentar um processo judicial no Reino Unido por participação em atividades terroristas no estrangeiro”, reforçou.

Caso James Foley

Sobre o caso do jornalista James Foley e do vídeo da sua execução onde aparece um jihadista com sotaque britânico, apelidado de “John”, a ministra sublinhou o carácter global da ameaça terrorista.

“Mais uma vez ficou provado que enfrentamos a ameaça mortal do terrorismo tanto a nível interno como no estrangeiro“, concluiu.

Jihadistas do Estado Islâmico, um grupo sunita ultra-radical que controla partes do Iraque e da Síria, divulgaram na quarta-feira um vídeo da execução de James Foley.

No vídeo, intitulado “Mensagem para a América“, o Estado Islâmico ameaça matar um outro refém norte-americano, Steven Sotloff, em represália pelos ataques aéreos dos Estados Unidos a posições dos seus combatentes no norte do Iraque.

James Foley, de 40 anos, era um repórter experiente, que tinha feito a cobertura noticiosa do conflito na Líbia antes de ir para a Síria, onde acompanhou a revolta contra o regime de Bashar al-Assad para o portal norte-americano GlobalPost, agência France Presse e outros órgãos de comunicação.

c.v. Youtube

Imagem do vídeo do EI publicado no Youtube

Imagem do vídeo do EI publicado no Youtube

/Lusa

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