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Refém luso-descendente morto por grupo jihadista no Mali

Zoriah / Flickr

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Um grupo jihadista, que atua no Mali, anunciou à agência noticiosa AFP a morte do refém francês de origem portuguesa Gilberto Rodrigues Leal, raptado em novembro de 2012 no oeste do país.

“Anunciamos a morte de Gilberto Rodrigues Leal, está morto porque a França é nossa inimiga”, declarou durante um breve contacto telefónico com a AFP Yoro Abdul Salam, um responsável do Movimento para a Unicidade e a Jihad na África do Oeste (Mujao).

O grupo não precisou quando e em que circunstâncias o refém foi morto. “Em nome de Alá, está morto”, referiu Yoro Abdul Salam, antes de interromper o contacto.

No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, tinha já admitido estar “muito preocupado” com a situação de Gilberto Rodrigues Leal.

“Faz muito tempo que não temos novidades. Temos mantido contacto com a família, mas na verdade estamos muito preocupados”, disse o chefe da diplomacia francesa, durante um programa de rádio produzido pela iTélé, Europe 1 e o jornal Le Monde.

O francês de origem portuguesa, de 61 anos, foi sequestrado a 20 de novembro de 2012 por homens armados perto de Kayes (oeste do Mali), quando viajava, proveniente da Mauritânia, numa autocaravana.

O rapto foi reivindicado dois dias mais tarde pelo Mujao.

Em fevereiro deste ano, a família de Gilberto Rodrigues Leal exigiu informações ao grupo islamita sobre a situação do refém.

“A preocupação aumenta. O silêncio é ensurdecedor”, afirmou então, em declarações à AFP, a irmã do refém, Irene Rodrigues, explicando que “não tinha qualquer informação” desde 26 de janeiro de 2013, altura em que o Mujao anunciou que estava pronto para negociar a libertação de Gilberto Leal Rodrigues.

Durante o programa de rádio, Laurent Fabius também referiu o caso de Serge Lazarevic, outro francês que foi feito refém na região do Sahel.

A 24 de novembro de 2011, Serge Lazarevic e Philippe Verdon, que realizavam uma viagem de negócios ao Mali, foram sequestrados no hotel onde estavam hospedados em Hombori, na região nordeste do país.

A Al-Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi) reivindicou o ataque. O corpo de Philippe Verdon, de 53 anos, seria encontrado em julho de 2013, com uma bala na cabeça.

As declarações do chefe da diplomacia francesa ocorrem após a libertação, anunciada no sábado, de quatro jornalistas franceses que tinham sido feitos reféns na Síria.

Os quatro jornalistas, que foram libertados após 10 meses de cativeiro na Síria, chegaram no domingo a França.

/Lusa

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