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Rede de tráfico de pessoas desmantelada em Itália

Laura Boldrini / YouTube

A justiça italiana deteve esta segunda-feira 24 membros de uma rede de traficantes de pessoas que trazia imigrantes de África para a Europa do Norte, via Mediterrâneo e Sicília, informou a procuradoria de Palermo.

Os traficantes organizaram pelo menos 15 viagens desde maio de 2014 e exigiam aos migrantes entre 1.500 e 2.000 dólares (1.395 e 1.860 euros), precisou a procuradoria.

Os migrantes, vindos sobretudo da Eritreia, Sudão e Somália, embarcavam perto de Zuwarah, na Líbia, com destino à ilha italiana da Sicília, adiantou à imprensa.

Segundo o relatório do inquérito da procuradoria de Palermo citado pelos media italianos, centenas de migrantes eram embarcados em navios em mau estado e os traficantes abandonavam-nos em alto mar depois de terem lançado pedidos de ajuda, contando com os serviços de salvamento italianos para os recolher.

Os traficantes organizavam toda a viagem, incluindo a fuga dos centros de acolhimento italianos, e recorriam a sistemas de pagamento sofisticados, como transferências de dinheiro através da Moneygram ou Western Union.

A rede funcionava como uma verdadeira agência de viagens, com apoios na Sicília e na Lombardia, organizando o transporte até Roma e Milão, geralmente de automóvel ou autocarro, e depois a viagem até ao destino final: Noruega, Suíça, França, Reino Unido ou Alemanha.

O grupo criminoso será dirigido pelo eritreu Medhanie Yehdego Mered e pelo etíope Ghermay Ermias. Os nomes dos dois apareceram no inquérito aberto depois do naufrágio de 3 de outubro de 2013 ao largo da ilha italiana de Lampedusa, que causou 366 mortos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Paolo Gentiloni, defendeu hoje “uma ação da União Europeia (UE) face aos traficantes de seres humanos” à chegada ao Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros europeus para discutir a última tragédia no Mediterrâneo no domingo quando mais de 700 migrantes morreram num naufrágio.

/Lusa

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