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Quase metade das urgências nos hospitais públicos são falsas

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Ao longo de 2014, 40% dos doentes que foram atendidos nas urgências dos hospitais públicos não precisavam de atendimento prioritário, podendo receber auxílio nos chamados cuidados de saúde primários.

Estes dados constam do Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e Entidades Convencionadas de 2014 que foi enviado para a Assembleia da República e a que o Público teve acesso.

De acordo com as informações realçadas neste documento, os hospitais do SNS atenderam, em 2014, mais de seis milhões de doentes nas urgências. Desse número, 40,8% receberam pulseiras verdes, azuis ou brancas, após a chamada triagem de Manchester, o que quer dizer que eram falsas urgências.

Em cada dez pacientes que surgiram nas urgências, seis receberam pulseira vermelha, laranja ou amarela, ou seja, 60% dos casos foram sinalizados como casos de tratamento urgente.

Apesar do elevado número de falsas urgências, estes casos diminuíram relativamente a 2013, quando se verificaram 42% destes casos, nota o relatório.

Este documento destaca ainda que, em 2014, se verificaram mais 165 mil consultas nos centros de saúde do que em 2013, facto que se justifica pelo aumento das consultas sem a presença do doente.

Nos hospitais contaram-se quase 12 milhões de consultas, no ano passado, também um aumento relativamente a 2013, mas verificando-se ainda um tempo de espera médio de quase quatro meses.

O Ministério da Saúde admite que o aumento dos atendimentos nos Hospitais e nos Centros de Saúde está relacionado com a diminuição da população.

De notar também que em 2014 havia quase um milhão e meio de pessoas sem médico de família. Um número que desceu para um milhão e duzentos mil, segundo dados do Ministério da Saúde alusivos ao primeiro semestre deste ano, cita o Público.

ZAP

8 Comments

  1. Claro que não precisam se forem como eu que vão lá e ficam 5 horas há espera a doença acaba por passar…. Quando lá vao já não têm nada para os médicos verem e depois é isso que conta nas estatísticas… Enfim este país…

    • Ha ha ha…
      Então, ao fim de 5 horas de espera, a doença acabou por passar?!
      Devia ser uma doença mesmo grave e uma situação mesmo urgente!..
      Se calhar, a doença cansou-se de esperar e mudou-se para outro paciente…
      Enfim…
      Uma coisa é ser-se estúpido; outra é ser-se estúpido e fazer comentários destes (que vem precisamente confirmar os resultados do relatório)…
      Excelente serviço de saúde que cura doentes em 5 horas (e sem qualquer intervenção)!
      Muito bom!!!

  2. Parece que há uma diferença grande entre “atendimento prioritário” – urgências – e “cuidados de saúde primários” – Centros de saúde

  3. Aqui há uns meses o Sr ministro da saúde apresentando uns números numa entrevista dizia, considerando isso um fator de melhoria, que tinham aumentado o número de urgências
    Agora conclui-se que muitas dessas urgências não tinham razão de existir
    Sabe-se que as urgências hospitalares são uma boa fonte de receita para os hospitais pois ficam mais caras aos utentes, por exemplo que tenham ADSE num hospital que se recorrerem a uma consulta privada
    Na minha opinião ė mais uma área a melhorar e falta vontade política pro fazer
    Faltam médicos de família, com uma boa relação médico doente que permita um esclarecimento atempado da gravidade da doença recente

  4. Se os Centros de Saúde fecharam, para onde vão as pessoas que precisam de cuidados de saúde, mesmo que não seja urgente?
    Têm febre, tosse, dores de garganta, a solução é esperarem 2 a 3 meses por uma consulta?

  5. Ao que parece, enquanto é suposto 1,4 milhões de utentes não terem médico de família 2 milhões que têem não os utilizam!
    Enquanto uns esbanjam direitos outros “pagam” e não têem.

      • … Na perspectiva de como pescar entenda que aquilo ali são 4 das variáveis de um complexo “fluxograma” – Médico para todos em saúde primária.
        Cada um conduz-se com a ironia que entender onde lhe aprouver. Isso é certo.

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