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Quando a sua masculinidade é ameaçada, os homens mentem

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Um estudo recente, realizado por investigadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, encontrou resultados curiosos sobre a percepção que os homens têm em relação a sua “masculinidade”.

O estudo analisou as reacções de homens a quem os investigadores, através de resultados falsos a testes físicos e de personalidade, levaram a pensar que a sua masculinidade seria duvidosa.

O ensaio, liderado por Sapna Cheryan, professora de psicologia da Universidade de Washington, foi realizado com uma amostra de estudantes da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Testes

Os participantes realizaram diversos testes inventados, com resultados falsos, que os fizeram acreditar que sua masculinidade estava em causa.

Num dos testes, os 36 estudantes acreditavam que a sua força estava a ser medida. Foi-lhes pedido que apertassem um aparelho, chamado “Dinamómetro de Aperto de Mão”, com um falso medidor anexado.

“Nós nem sequer tínhamos forma de ler o aparelho”, explica ao Medical Xpress a professora Cheryan sobre o medidor. Não importava — o aparelho só tinha que parecer científico.

Seguidamente, os participantes receberam resultados falsos.

A um grupo foi dito que tinham obtido uma pontuação “masculina”. Mas outro grupo de participantes recebeu como resultado do teste uma curva falsa, que colocava a sua força de preensão semelhante à de uma mulher.

Em outro teste, os participantes receberam questões de múltipla escolha para supostamente medir a sua “masculinidade comparada com a de outros homens”.

Por exemplo, foi-lhes perguntado se preferiam conduzir um Honda Civic, um Ford Focus, um Toyota Prius ou um Volvo C70.

As perguntas foram planeadas “para que nenhuma resposta fosse obviamente masculina”.

No primeiro grupo, os participantes receberam “nota 73”, e foi-lhes dito que a pontuação média para um homem era 72.

Estes estudantes deram mais tarde respostas “correctas” às perguntas que lhes foram colocadas.

Havia ainda o outro grupo… a cujos participantes foi dito que tinham tido “nota 26“.

Mentiras

E assim começou a mentira dos indivíduos “cuja masculinidade era duvidosa”.

Os investigadores tinham na sua posse dados diversos acerca dos participantes – por exemplo, a sua altura exacta, obtida através das suas cartas de condução.

Quando os investigadores perguntaram aos estudantes qual era a sua altura, os participantes do primeiro grupo deram uma resposta correcta.

Mas os estudantes cuja masculinidade estava “em causa” exageraram a sua estatura – em média, em mais dois centímetros do que a constante da carta de condução.

Segundo a professora Cheryan, os estudantes “ameaçados” exageraram também a sua capacidade atlética e agressividade em cerca de 25%.

Num outro exemplo, o grupo “não ameaçado” revelou que tinha tido, em média, de 1,76 relações sexuais na sua vida.

Os “ameaçados” disseram que tinham tido uma média de 3,12 relações — um aumento de 77%.

Mesmo em aspectos não físicos, estes participantes adulteraram a sua resposta. Por exemplo, exageraram em cerca de 16% a resposta à questão “como é que você lida com ferramentas?”.

Por fim, o estudo concluiu que os participantes que se sentiram ameaçados na sua masculinidade também procuraram distanciar-se do que achavam ser “coisas de menina”.

Ir a um jogo de futebol? Claro que sim. Ir a um SPA? De modo nenhum!

“Isto da masculinidade, ao que parece, é muito mais fácil de perder que de ganhar”, diz Sapna Cheryan.

“Não consigo deixar de ter alguma pena da espécie masculina“, conclui a cientista.

ZAP / Hypescience

1 Comment

  1. Será mesmo que a insigne cientista disse a frase que encerra o artigo? Que eu saiba, não existe nenhuma “espécie masculina”. Entre homens e mulheres, existe sim uma diferença de género, de uma espécie comum. Mas eu, que não sou nenhum cientista ou professor de psicologia de uma Universidade americana, só sei que nada sei…

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