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Privatizações já renderam ao Governo quase o dobro do previsto

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Mário Cruz / Lusa

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

As privatizações feitas nesta legislatura já renderam ao Governo 9,535 mil milhões de euros, quase o dobro do que estava inicialmente previsto no memorando de entendimento assinado com a troika em 2011.

Quem o diz é o Dinheiro Vivo, ao recordar que o plano acordado com a troika apenas apontava um valor de 5 mil milhões de euros e que, praticamente, já só falta privatizar a Caixa Geral de Depósitos, a RTP e a agência Lusa.

No entanto, as privatizações levadas a cabo nesta legislatura já renderam ao Estado quase o dobro desse valor, cerca de 9,535 mil milhões de euros.

Segundo a notícia, estas contas não incluem os 354 milhões de euros da venda da TAP e os 53 milhões da CP Carga, que aguardam ainda a confirmação da Autoridade da Concorrência para a conclusão do negócio.

Para além disso, exclui também as alienações de empresas que não estavam previstas no memorando, como é o caso da venda da EGF à Mota-Engil, que pertence à Águas de Portugal, por 150 milhões de euros.

No memorando de entendimento assinado com a troika em maio de 2011, apenas se contemplavam as privatizações da EDP (3049 mil milhões), REN (750 milhões), Galp (95 milhões), ANA (3080 mil milhões), CTT (910 milhões), TAP (354 milhões) e Caixa Seguros (1,650 mil milhões), sendo que todas já foram cumpridas.

Na semana passada, foram também anunciadas as melhores propostas às subconcesssões da Metro do Porto e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), atribuídas, respetivamente, à Transdev e à Alsa.

Mais a Sul, na capital, a Autoridade da Concorrência deu sinal para avançar com a subconcessão do Metropolitano de Lisboa e da Carris ao grupo espanhol Avanza.

ZAP

12 Comments

    • Em 4 anos e 7 meses -de março 2005 a outubro 2009 – a dívida cresceu 21% do PIB – 45 mil milhões de euros.
      Em 1 ano e 9 meses – de setembro 2009 e junho de 2011, a dívida pública cresceu cerca de 24,3% do PIB – 44 mil milhões de euros.
      Assim, verdade nua e crua, nos dois governos de José Sócrates (6 anos e 3 meses) de março-2005 a junho-2011 a dívida aumentou de 45% do PIB – 90 mil milhões de euros
      Em 2011, antes do resgate, a dívida pública sobre o PIB era ‘x’. Depois do resgate, em 3 anos, o BCE, a Comissão Europeia e o FMI emprestaram a Portugal cerca de 78 mil milhões de euros (47% do PIB) sobre aqueles 90 mil milhões, isto é sobre aquele agravamento do pib de 45%. Portanto aquela expressão sobre o PIB passou a ser (x+78 mil milhões) certo? Não tem dúvidas pois não?
      Sabe que a variação da dívida pública em percentagem do pib atingida em 2013 – fim do resgate e prescindida a última tranche – é idêntica à que tinhamos em 2005 e 1993! Imagine quando apurados os dados de 2014… Depois de amortizadas a maioria das dívidas dos hospitais, poupança em medicamentos na ordem dos 300 milhões, ainda sobram as PPPês a risco zero e rendimento garantido algumas por 50 anos… e a famosa, cautelosa iniciativa, almofada de 24 e muitos zerros a fazer face a imprevistos de mercado, quer dizer, efeito syrisa!

      • É certo que à dívida acrescentamos mais divida, ponto final, (pois se pedimos mais, aumentámos dívida…). Mas vendemos tudo, inclusive, “as galinhas dos ovos de oiro”, exemplo EDP, CTT, etc. Para além da venda do nosso património, tirámos dinheiro a quem não o tinha, milagre? Em forma de impostos, salários, casa… e deixamos que os ricos ficassem mais ricos.
        É isto que tanto defende?

      • Do ‘exercício’ supra não nos esqueçamos da colossal fatia de juros! Por outro lado os ajustamentos têm custos de percurso para além dos inerentes à estruturação da própria economia… Os “nossos” ricos tal como os países ricos, uns e outros, tendem a acumular mais porque melhor estruturados para estes períodos em que o garrote ou não lhes toca como é óbvio, ou ainda que lhes possa tocar indelevelmente… Repare que a “vulgarização” de grandes fortunas em Portugal deu-se depois de 25 de Abril! Contudo, são essas que possibilitam o investimento, a criação de empresas e… Postos de trabalho! Não são as “galinhas” que o fazem a não ser para por galos no poleiro!
        Apesar da carga das pppês em 2016, de que ninguém fala, o esforço dos portugueses até aqui permite concluir, que os 78 Mil Milhões já começaram a ser abatidas, as taxas de juro e maturidades substancialmente reduzidos e as novas emissões de dívida (para pagar outra a juros cerca de 3 vezes menor) gozam de confiança total (juros negativos) e por tudo isto é plausível admitir que “gradualmente os cortes vão ser repostos”… Isto é, sinais de que vão passando as dores do ajustamento e da reestruturação da economia potenciada desde já no tipo, diversificação e volume das exportações…

  1. Grande negócio este das “supostas” dívidas soberanas…
    É vender (dar!) património publico e ver a dívida a aumentar…
    Além de que, só a ANA já aumentou o preço 7 (sete) vezes em menos de 2 anos!!…
    Essa escumalha da troika (e companhia) estão a tentar criar autenticas ditaduras financeiras um pouco por todo o mundo!

  2. Concordo com as privatizações. Todos os que podem aproveitam-se das empresas públicas para trocar favores, resultando em excesso de funcionários, salários injustificadamente altos e despesas desnecessárias. Se esses serviços forem para as mãos de privados o estado vai buscar impostos, mas se estas se mantiverem nas mãos do estado então ficam sempre a consumir dinheiros públicos.

  3. Eles querem é privatizar TUDO. O objectivo está quase conseguido – destruir TUDO o que é público e afundar o povo. Mas nós vamos dar a volta por cima. O sistema financeiro está obsoleto e não tarda muito a cair tudo…

  4. Ponham-se todos a discutir as entrelinhas e não se mecham, que o tal estado islâmico não tardará a vir cortar-nos o pescoço a todos…

  5. O papel do estado é garantir os preceitos da constituição e o normal funcionamento das instituições internas e das relações externas – O estado como verdadeiro Regulador de uma sociedade verdadeiramente organizada.
    Todo o resto compete à sociedade dos cidadãos conforme Universidades, empresários, investidores, produtores, engenharias, das Ciências, saúde e educação, até aos administrativos, técnicos e trabalhadores especializados nas mais variadas áreas, organizados e representados de per si… O resto, dizia, são “galinheiros” poleiro de galos coloridos – Por isso privatização total qual “banco do estado”(!?!). O estado deve ser apenas e só um verdadeiro regulador da iniciativa privada, garante do funcionamento das instituições, das liberdades e do direito sem excepções.

  6. Desde 1993 (normativos europeus) a CGD passou a Sociedade Anónima e a exercer actividade tal como qualquer banco privado embora de capitais exclusivamente públicos… Imaginam o “galinheiro”, os poleiros, os galos? Privatize-se pois claro!

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