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Previsões da Primavera da UE dão mau tempo para a economia portuguesa

A Comissão Europeia prevê que Portugal vai falhar as contas do défice, estimando que a economia nacional vai crescer menos do que vaticina o governo. As previsões da Primavera de Bruxelas reafirmam a ideia de que é preciso aplicar mais medidas de austeridade.

No relatório da Comissão Europeia (CE) divulgado nesta terça-feira, com as chamadas previsões económicas da Primavera, releva-se que o défice orçamental de Portugal deve situar-se nos 2,7% este ano e nos 2,3% em 2017. Valores mais pessimistas do que os apresentados pelo governo no Programa de Estabilidade, onde se apontam défices de 2,2% e de 1,4% do PIB.

Nas previsões económicas de Inverno, a CE tinha previsto um défice de 3,4% para 2016, mas o número baixou depois de o governo de António Costa ter apresentado medidas adicionais, conforme as instâncias europeias tanto vinham a reclamar.

Ainda assim, Bruxelas reforça a ideia de que é preciso ainda mais austeridade, evidenciando que “os riscos às perspectivas orçamentais estão inclinados para o lado negativo“, conforme consta no relatório da Primavera, citado pela Lusa.

A CE evidencia em concreto as “incertezas em torno das projecções macroeconómicas, possíveis derrapagens na despesa e a potencial falta de acordo quanto a medidas de consolidação adicionais em 2016 e 2017” como factores de risco acrescido para o cumprimento das metas.

Estimando que a economia portuguesa cresça 1,5% este ano e 1,7% no próximo – enquanto o governo prevê valores de 1,8% em 2016 e em 2017 -, a CE alerta que Portugal pode ser prejudicado pela “incerteza política, os desenvolvimentos nos mercados financeiros e uma pressão persistente de desalavancagem sobre o sector privado”.

“A forte recuperação no consumo de bens duradouros na primeira metade de 2015 não se vai manter no médio prazo, uma vez que se prevê que o desemprego ainda elevado e os altos níveis de endividamento pressionem negativamente as poupanças das famílias”, sublinha a CE, segundo cita a Renascença.

Em termos da dívida pública, Bruxelas vaticina que é provável que desça para os 126% do PIB ainda em 2016,  “sobretudo devido às vendas esperadas dos activos financeiros, incluindo o Novo Banco”, e para os 124,5% em 2017, “devido aos excedentes orçamentais primários e ao crescimento da procura doméstica”.

ZAP

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