Presos entram em nova batalha campal em prisão brasileira

Reprodução de TV / ABr

Detentos de Alcaçuz entram em confronto batalhão de choque da Polícia Militar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada na região metropolitana de Natal (RN)

Detentos de Alcaçuz entram em confronto batalhão de choque da Polícia Militar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada na região metropolitana de Natal (RN)

Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na cidade brasileira de Natal, voltaram a entrar em confronto na manhã desta quinta-feira. As cenas de um combate de grandes proporções estão a ser transmitidas em direto pela TV.

Pelo quinto dia consecutivo, os presos voltaram a subir aos telhados dos pavilhões e a espalhar-se pelo pátio do estabelecimento, localizado na região metropolitana de Natal. De sábado para domingo, pelo menos 26 presos foram assassinados por outros detentos durante um motim de mais de 14 horas de duração.

Integrantes de fações rivais enfrentam-se enquanto, do lado de fora dos muros, polícias militares e agentes penitenciários tentam retomar o controlo da situação e evitar uma nova chacina. Viaturas da Polícia Militar fazem a ronda à volta do perímetro externo da penitenciária e helicópteros sobrevoam o local. Balas de borracha e bombas de gás lacrimogéneo foram disparadas das guaritas de vigilância instaladas nas muralhas da penitenciária.

Grupos de presos foram filmados a transportar alguns presos feridos em carrinhos de mão. É possível ver fumo a sair dos pavilhões da penitenciária.

Desde o último fim de semana, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz é palco de confrontos e ameaças entre presos membros de fações criminosas rivais. Desde domingo, os presos circulam livremente pelo pátio da unidade, na posse de facas, barras de ferro e paus. As autoridades estaduais de segurança pública desconfiam que o número de mortos no confronto entre presos pode ser maior e que corpos podem ter sido atirados para fossas de esgoto na área interna do presídio.

O governo do estado de Rio Grande do Norte pediu ao governo federal o envio de equipas das Forças Armadas para apoiar as forças locais a inspecionarem o interior dos presídios estaduais em busca de armas, telemóveis, drogas e outros produtos e substâncias proibidas. Tropas da Força Nacional de Segurança Pública também já atuam no estado desde setembro do ano passado, apoiando a Polícia Militar no policiamento ostensivo.

Segundo as secretarias da Justiça e da Cidadania (Sejuc) e da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), reforços policiais já estão a deslocar-se para o local.

Autocarros e edifícios públicos alvo de ataques criminosos no RN

Parte do efetivo que estava a atuar na penitenciária nos últimos dias tinha sido realocado na quarta-feira, quando uma onda de ataques a autocarros, viaturas e edifícios públicos foi registada em Natal e outras cidades do interior do Rio Grande do Norte.

A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte registou 28 ocorrências de ataques a autocarros, terminais urbanos, viaturas do governo, esquadras e outros prédios públicos na capital e em outras cinco cidades potiguares desde a tarde de ontem.

Foram incendiados 21 autocarros; seis carros e um camião. Sete pessoas foram detidas e conduzidas a esquadras.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, a possível relação dos ataques com a transferência de presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, ontem, ainda está a ser investigada. “As nossas forças de segurança estão mobilizadas para garantir a normalidade nas ruas e as investigações sobre possíveis retaliações já estão a ser feitas”.

A onda de ataques levou rodoviários e empresas de transporte urbano a recolherem os autocarros desde as 18h de ontem. Alguns veículos voltaram a circular no início da manhã de hoje, mas com atrasos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários (Sintro-RN), alguns autocarros saíram das garagens escoltados por viaturas policiais.

ZAP // Ciberia

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