Presidente da Colômbia vai (agora) exigir que FARC devolvam desaparecidos

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Mauricio Duenas Castaneda / EPA

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o líder das FARC, Rodrigo "Timochenko" Londono Echeverri, apertam as mãos depois da assinarem um histórico acordo de paz.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o líder das FARC, Rodrigo “Timochenko” Londono Echeverri, apertam as mãos depois da assinarem um histórico acordo de paz.

O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, comprometeu-se na terça-feira, junto de um grupo de vítimas, a exigir à guerrilha das FARC que devolva as pessoas desaparecidas durante o conflito armado.

A diretora da Fundação Vítimas Visíveis, Diana Sofía Giraldo, disse aos jornalistas que o Presidente “se comprometeu pessoalmente” a pedir às Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC) a “devolução” das pessoas que desapareceram em consequência da violência.

O Governo colombiano e as FARC assinaram, no passado dia 26 de setembro em Cartagena, um acordo de paz após quase quatro anos de negociações em Havana. O acordo foi votado em referendo a 2 de outubro, tendo vencido o ‘Não’, com 50,21% dos votos.

Este resultado deixou o fim do conflito de 52 anos entre o Estado e a principal guerrilha colombiana envolto em incerteza e levou o Presidente Juan Manuel Santos a envolver-se em diálogo com a oposição para fazer avançar o processo.

O acordo alcançado com as FARC levou o Comité Nobel norueguês a atribuir o Nobel da Paz 2016 a Juan Manuel Santos.

“Há compromissos com pessoas com nome próprio e agradecemos que haja agora uma interlocução direta com as vítimas das FARC”, manifestou Giraldo no final da reunião com Santos.

O chefe de Estado recebeu, na terça-feira, na sede do Executivo, 14 representantes de vítimas que lhe entregaram um documento com observações sobre o acordo com as FARC, incluindo o pedido que “se descubra a verdade sobre os desaparecidos”.

Segundo o relatório “Já chega”, do Centro Nacional de Memória Histórica, o conflito armado na Colômbia causou pelo menos 220 mil mortos, sete milhões de deslocados, 25.007 desaparecidos e 27.023 sequestrados, grande parte vítimas das FARC.

/Lusa

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