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Portugal entre os melhores países do mundo para se ser rapariga

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A organização não-governamental de defesa das crianças Save the Children anunciou esta terça-feira, Dia Internacional da Rapariga, que Portugal é o oitavo país que oferece melhores oportunidades para as raparigas.

No Índice de ‘Oportunidades para Raparigas’, Portugal ficou à frente de países como Suíça, Itália, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França e até dos Estados Unidos.

A organização teve em conta cinco indicadores ao elaborar o índice de 144 países onde é melhor ser rapariga: casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade maternal, mulheres no Parlamento e conclusão do ensino secundário.

À frente de Portugal, aparece apenas a Suécia, Finlândia, Noruega, Holanda, Bélgica, Dinamarca e Eslovénia.

Tal como a maioria dos países analisados, Portugal apresenta problemas, sobretudo, na representação feminina no Parlamento – apesar de, segundo o Diário de Notícias, um terço dos deputados na Assembleia ser do sexo feminino.

Os autores do estudo destacaram que nem todos os países ricos estão em posições favoráveis no índice da ONG.

Segundo os especialistas, a Austrália surge apenas em 21º lugar devido ao elevado registo de gravidez na adolescência – fatores que também prejudicaram a classificação do Reino Unido (15º) e do Canadá (19º).

O 32º lugar na lista é ocupado pelos Estados Unidos, devido à fraca representação de mulheres no Parlamento, ao aumento da gravidez na adolescência e à elevada percentagem da mortalidade durante a gravidez.

Em 2015, 14 em cada 100 mil mulheres morreram ao dar à luz nos EUA, enquanto que Portugal apresenta uma menor taxa de mortalidade materna – de 6 mortes no parto em cada 100 mil mulheres.

Para Lisa Wise, diretora de desenvolvimento inclusivo da Save the Children e uma das autoras do relatório, a questão da igualdade entre os sexos não é apenas preocupante nos países em desenvolvimento.

“Nos países desenvolvidos, as oportunidades também são negadas às raparigas, ao contrário dos rapazes”, afirmou Wise.

O Brasil surge mais abaixo na lista, no 102º lugar, perto da 105ª posição do Haiti, devido ao elevado número de casamentos infantis e gravidez na adolescência.

Os países de baixos rendimentos são os piores

De acordo com o estudo, os piores países para as raparigas são os mais pobres – Níger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália.

“Os 20 países na parte inferior do índice são todos países de baixos rendimentos na África Subsariana. Estes países têm taxas extremamente altas de privação em todos os indicadores selecionados”, explica o documento.

O Níger, na África Ocidental, tem a mais alta percentagem de casamento infantil de todo o mundo – 76% das mulheres casam antes dos 18 anos.

A advogada da Save the Children, Kitty Arie, explicou à TSF que os casamentos prematuros têm efeitos devastadores.

“O casamento infantil dá inicio a um ciclo de desvantagens que estamos a tentar quebrar porque sabemos que ao acabar com estes casamentos aumentamos a escolaridade destas raparigas, o potencial para trabalharem e contribuírem para a sociedade”, destacou.

A Save the Children alertou que a mortalidade materna é a segunda maior causa de morte entre raparigas entre os 15 e os 19 anos (depois do suicídio), morrendo cerca de 70 mil a cada ano.

A organização já se comprometeu a acabar com o casamento infantil até 2030 – mas se nada for feito o número poderá aumentar dos 700 milhões atuais para 950 milhões nos próximos 14 anos.

BZR, ZAP

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