Portugal demorou 24 horas a emitir mandado e Espanha libertou fugitivo de Caxias

Paulo Vaz Henriques / Portugal.gov.pt

Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem

Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem

Um dos reclusos chilenos que fugiu da prisão de Caxias, no fim-de-semana, e que foi detido em Espanha, foi libertado por falta do mandado de detenção europeu e por não haver vagas no centro de detenção espanhol.

Estes dados são confirmados à agência Lusa por fontes da Polícia Nacional espanhola, depois de as autoridades do país vizinho terem detido, no domingo, os dois reclusos chilenos que se evadiram da prisão de Caxias, juntamente com outro recluso com nacionalidade portuguesa.

Eles foram apanhados no aeroporto de Madrid, com passaportes falsos, mas um deles foi libertado devido ao atraso no envio e recepção em Espanha do mandado de detenção europeu (MDE) e porque também não existia vaga no centro de detenção espanhol.

O outro chileno só não foi libertado pelas autoridades espanholas porque era também procurado em Espanha por crimes cometidos neste país.

Fonte não identificada citada pela Lusa refere que se não fosse o “atraso” no envio do MDE, os dois chilenos teriam ficado imediatamente detidos.

Serviços Prisionais só comunicaram fuga na segunda-feira

A SIC Notícias apurou que Portugal só emitiu os mandados de detenção na segunda-feira, ou seja, mais de 24 horas depois da fuga.

No caso do recluso que se encontra detido, o mandato terá chegado a Espanha antes do meio-dia, mas o relativo ao chileno que foi libertado só terá sido recebido depois das quatro da tarde, afiança a SIC.

A Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) confirma à estação que só comunicou a fuga na segunda-feira. Os detidos evadiram-se na madrugada de sábado para domingo.

O Jornal de Notícias adianta entretanto, que o recluso chileno foi libertado cerca de “sete horas depois” de as autoridades espanholas “terem recebido o alerta de Portugal sobre a evasão”. De acordo com o diário, a polícia espanhola não terá “cruzado a identidade” do recluso com “a informação das autoridades portuguesas”.

Ministério diz que fugitivo está localizado

O Ministério da Justiça garante à SIC que o recluso que foi libertado está devidamente localizado em Espanha, não revelando mais detalhes sobre o caso.

Numa nota divulgada pela Lusa, os ministérios da Administração Interna e da Justiça garantem que “assim que foi identificada a fuga dos três reclusos, as autoridades portuguesas trocaram a informação necessária não só entre si, mas também no âmbito dos mecanismos de cooperação policial internacional, tendo ainda sido desenvolvidas acções, que continuam em curso, no âmbito da cooperação judicial internacional”.

A Procuradoria-Geral da República assegura também, através do Diário de Notícias, que “foram seguidos todos os procedimentos previstos na lei, designadamente a emissão dos respectivos mandados de detenção”.

Entretanto, a DGSP instaurou um inquérito para investigar em que circunstâncias ocorreu a fuga dos três detidos. Estavam todos em prisão preventiva a aguardar julgamento por crimes de furto e roubo em processos criminais distintos.

ZAP // Lusa

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