/

Pompeia no Cretáceo: vulcão provocou extermínio na China

1

Howard Stanbury / Flickr

Pompeia e o Vesúvio

Pompeia e o Vesúvio

Cientistas dizem ter descoberto sinais de que a erupção de um vulcão chinês há 120 milhões de anos pode ter morto diversos animais no período Cretáceo.

Eles teriam sido mortos de forma instantânea, semelhante ao que aconteceu com a população da cidade romana antiga de Pompeia no ano de 79 d.C., que foi arrasada por uma erupção do vulcão Vesúvio.

Tal como os moradores da cidade mítica, os animais foram envolvidos por cinzas e lava, e foram petrificados.

O estudo foi publicado nesta quinta-feira pela revista científica Nature.

Mistério

O leito de fósseis com 120 milhões de anos da província de Liaoning, no nordeste da China, tem desde sempre sido um mistério para os cientistas. O lugar está repleto de fósseis em óptimas condições de preservação.

Um grupo bastante ecléctico de animais foi desenterrado ali – entre os quais, os primeiros dinossauros com penas, algumas das primeiras espécies de mamíferos, pássaros, peixes e insectos.

“Há anos que os cientistas têm curiosidade para saber como esses animais foram mortos e ficaram excepcionalmente bem preservados”, disse à BBC o investigador Baoyu Jiang, da universidade de Nanjing.

E agora, pela primeira vez, os cientistas dizem ter sinais mais concretos de que a erupção de um vulcão poderá ter sido a causa da morte dos animais.

A floresta de árvores coníferas cercada por lagos – onde os animais viviam – era cercada de vulcões, e os investigadores acreditam que explosões soltaram para o ar uma mistura de gás, cinzas e rochas – conhecida como fluxo piroclástico.

Como as pessoas que viviam em Pompeia, várias criaturas foram mortas instantaneamente e em seguida cobertas por uma densa camada de cinzas.

Baoyu Jiang

Liaoning, a Pompeia do Cretáceo: Fósseis com 120 milhões de anos de animais chineses estão em ótimo estado de conservação

Liaoning, a Pompeia do Cretáceo: Fósseis com 120 milhões de anos de animais chineses estão em ótimo estado de conservação

Os animais foram petrificados em pleno movimento, com músculos flectidos e a espinha estendida. Foram todos encontrados no mesmo local. Para os cientistas, a força das explosões empurrou os corpos para o mesmo lugar.

“Todos os fósseis estudados estão presos dentro de fluxos piroclásticos”, diz Jiang, que afirma que alguns fósseis possuem os mesmos sinais de queimaduras encontrados na população de Pompeia.

Os investigadores dizem que outras camadas encontradas no leito de fósseis indicam que várias erupções ocorreram no período Cretáceo.

Para o paleontólogo Mike Benton, da universidade de Bristol, o trabalho de Jiang “confirma e esclarece o que suspeitávamos há anos”.

“Mas os autores dão um passo além e sugerem que todos os animais foram mortos, transportados e excepcionalmente preservados pelos fluxos piroclásticos.”

ZAP / BBC

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.