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O Polo Norte está 20 graus mais quente do que o normal

Em plena “noite polar”, o Polo Norte deveria estar com temperaturas abaixo de zero. No entanto, os níveis de gelo no Oceano Ártico estão muito menores do que o costume, e as temperaturas continuam a aumentar.

Segundo os especialistas, o gelo do Oceano Ártico está a congelar novamente, como acontece nesta época do ano, mas o fenómeno está ocorrer a um ritmo bastante lento.

O investigador Zack Labe, da Universidade da Califórnia, publicou uma imagem no Twitter, na quarta-feira, que explica a evolução da temperatura ao longo do ano.

“A temperatura média do Ártico continua a seguir na direção errada… para cima!”, destaca Labe.

“Tanto a persistência como a magnitude destas anomalias de temperatura são bastante incomuns. A grande variabilidade das temperaturas é comum no Ártico, mas a duração deste padrão quente é bastante impressionante”, afirmou o especialista ao Washington Post.

A linha vermelha observada no gráfico divulgado indica a temperatura média em 2016 e a linha verde representa a temperatura média esperada.

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De acordo com a especialista Jennifer Francis, da Universidade Rutgers, em Nova Jérsia, as temperaturas quentes no Ártico resultam da combinação dos níveis muito baixos e o recorde da extensão de gelo para esta altura do ano – provavelmente muito fino – com uma corrente de ar quente e húmido”.

Mark Serreze, do Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve, em Colorado, concorda que está a acontecer algo muito estranho no Polo Norte.

“Não só as temperaturas do ar estão excecionalmente quentes, como as temperaturas da água também”, afirma o especialista, sublinhando que este fenómeno deve-se a um “duplo golpe”.

Por um lado, há um “oceano subterrâneo muito quente” devido à falta de formação de gelo acima dele e, ao mesmo tempo, a corrente de ar quente está a mover-se para o norte e o ar frio do Ártico está a deslocar-se para Sibéria.

O gelo do Ártico não só tem diminuído nos últimos anos, como está a ficar cada vez mais fino.

A NASA divulgou um vídeo, no qual se observam as mudanças fundamentais que ocorreram no Polo Norte entre 1984 e 2016.

O vídeo realizado pela equipa do Scientific Visualization Studio da NASA mostra o gelo a desaparecer do Ártico desde 1984 – em que existiam 1,8 milhões de km2 de massa gelada – até Setembro deste ano, em que esse volume se resume a uns meros 110 mil km2.

O gelo do Ártico está a derreter a um ritmo sem precedentes e, à medida que os anos vão passando, os riscos para os oceanos e para a atmosfera aumentam.

BZR, ZAP / Shifter

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