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Polícia guineense detém suspeito de recrutar 74 presumíveis sírios

Kode12 / wikimedia

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A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau deteve um homem de 51 anos suspeito de recrutar os 74 passageiros com passaportes falsos que viajaram na terça-feira num voo da TAP até Lisboa, disse hoje fonte daquela polícia à agência Lusa.

O homem, residente em Bissau e designado como um “empresário de comércio geral”, foi detido na última noite e é apontado como o responsável que acompanhou os cidadãos estrangeiros, presumivelmente sírios, num voo de Marrocos até à capital guineense, referiu a mesma fonte.

Terá sido este suspeito a fazer todas as diligências no aeroporto para que o grupo entrasse na Guiné-Bissau e terá sido também ele quem os acompanhou durante a passagem pelo país, sublinhou.

O homem suspeito de ter estado no recrutamento a partir do exterior já tem um histórico de viagens até Marrocos, está agora detido nas instalações da PJ guineense e continuará a ser interrogado na segunda-feira, acrescentou.

Segundo a mesma fonte, a PJ está a tentar averiguar todos os detalhes, dado que “é natural o envolvimento de várias personalidades” e de “autoridades” no incidente com o voo da TAP de terça-feira, que levou à suspensão das ligações entre Portugal e a Guiné-Bissau.

Catherine Ashton, Alta Representante da União Europeia (UE), especificou na sexta-feira que foi “um membro superior das autoridades de transição da Guiné-Bissau acompanhado por militares” que obrigou a tripulação da TAP a transportar os 74 presumíveis cidadãos sírios com passaportes falsos.

A edição de hoje jornal “Público” refere que a ordem terá partido do ministro do Interior do executivo de transição, António Suka N’Tchama.

Contactado pela agência Lusa, o governante recusou-se a prestar declarações, tal como já havia feito na sexta-feira.

Da mesma forma, nem o primeiro-ministro, Rui de Barros, nem o porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz, comentaram os novos detalhes, remetendo para as conclusões da comissão de inquérito ao caso – que devem ser apresentadas até quarta-feira, o mais tardar.

O incidente levou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva, a apresentar o pedido de demissão na sexta-feira, responsabilizando “gente ligada à imigração e segurança” do Estado, que “tinham a obrigação de proteger o país e não protegeram”.

A carta de demissão foi entregue ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo, que ainda não se pronunciou sobre o assunto – apesar de já se ter reunido com Delfim da Silva e com Suka N’Tchama na manhã de quinta-feira.

/Lusa

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