/

Poemas inéditos de Florbela Espanca vão ser revelados sexta-feira

Foto de Florbela Espanca, autor desconhecido

Foto de Florbela Espanca, autor desconhecido

Seis poemas inéditos de Florbela Espanca, poetisa que viveu entre 1894 e 1930, vão ser divulgados na próxima sexta-feira, em Lisboa, anunciou hoje Paulo Loução, da associação Nova Acrópole.

«Na próxima sexta-feira irão ser divulgados em primeira mão seis sonetos inéditos de Florbela Espanca, na conferência-recital, Os Poemas Inéditos de Florbela Espanca, a cargo de José Carlos Fernández», disse à Lusa o investigador e historiador Paulo Loução.

A conferência-recital está marcada para as 19:30, na sede da associação Nova Acrópole, em Lisboa, na avenida António Augusto de Aguiar.

José Carlos Fernández é o autor da obra «Florbela Espanca – A Vida e a Alma de uma Poetisa», e fundador do grupo de poesia Florbela Espanca da Nova Acrópole.

«Estes seis sonetos da poetisa de Vila Viçosa estiveram na posse de uma das suas alunas durante mais de oito décadas e vêm agora à luz, na sequência de um longo trabalho de pesquisa da investigadora Severina Gonçalves», esclareceu Paulo Loução.

Segundo o historiador, «a autenticidade é considerada incontestável por esta estudiosa da obra de Florbela Espanca e pelo investigador e biógrafo da poetisa José Carlos Fernández, assim como por todos os que em colaboração com eles têm dedicado, ao longo dos últimos anos, o seu tempo e experiência ao estudo literário e artístico da singular poetisa portuguesa».

Um dos sonetos intitula-se «Velhinha e Moça» e a primeira estrofe é: «O tempo, mansamente, há-de espalhar/Flocos de neve sobre os meus cabelos,/Numa carícia deixará os selos,/No meu corpo gentil, o seu sabor…».

Segundo Paulo Loução, «um desses seis sonetos, bem revelador do estilo literário de Florbela Espanca, tem a mesma beleza e ritmo com que criou Charneca em Flor, obra publicada uma ano após a sua morte».

Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, ou Florbela Espanca, nasceu em Vila Viçosa no dia 08 de dezembro de 1894 e pôs termo à vida na sua casa em Matosinhos, no dia em que completou 36 anos.

Em 1907 escreveu o seu primeiro conto, «Mamã!».

Começou a escrever cedo, tendo sido das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o liceu, designadamente o Garcia de Resende, em Évora, onde conheceu aquele com quem se casou em 1913. Dois anos mais tarde, e após vicissitudes várias, no Redondo, Florbela Espanca colige 85 poemas e três contos, dando início ao projeto «Trocando Olhares».

Neste ano começou a colaborar no suplemento «Modas & Bordados» do jornal O Século, colaborando ainda no Notícias de Évora e n´A Voz Pública, também na capital alto-alentejana.

Florbela Espanca escreveu contos, um diário e epístolas. Traduziu vários romances e colaborou em revistas e jornais de diversa índole, mas é como poetisa que se celebrizou, tendo cultivado especialmente o soneto.

Em vida, a poetisa caliponense editou «Livro de Mágoas», em 1919, «Livro de Soror Saudade», em 1923. Após a sua morte, além de «Charneca em Flor», foi editado «Juvenília», em 1931, e «Reliquiae», em 1934.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.