Peso das mochilas escolares prestes a chegar ao Parlamento

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Mais de 17 mil pessoas já assinaram a petição contra o peso excessivo das mochilas escolares. Os responsáveis do abaixo-assinado querem chegar às 20 mil para que o Parlamento seja obrigado a legislar sobre o assunto.

A discussão sobre o excesso de peso das mochilas escolares não é de agora mas uma nova petição criada em janeiro está a levantar novamente a questão.

Criada por um grupo de signatários, nos quais se inclui o ator e encenador José Wallenstein, a jornalista Cláudia Pinto ou os médicos fisiatras Joaquim Sancho e Paulo Sampaio Rodrigues, “Contra o Peso Excessivo das Mochilas Escolares em Portugal” tem neste momento mais de 17 mil assinaturas.

Os responsáveis estão satisfeitos por terem conseguido levar o tema ao Parlamento (o mínimo são quatro mil assinaturas), mas só descansam quando atingirem as 20 mil, o que obriga a Assembleia “a legislar sobre o assunto”, explica Wallenstein ao Diário de Notícias.

A petição surge mais de uma década depois de um estudo da DECO ter concluído que mais de metade dos alunos dos 5.º e 6.º anos transportam peso a mais nas suas mochilas.

O estudo revelou que 53% das crianças que participaram na pesquisa transportavam mochilas com uma carga acima do recomendável pela Direção-Geral do Consumidor, ou seja, superior a 10% do seu próprio peso.

Segundo a DECO, 61% dos estudantes com dez anos também transportavam cargas excessivas, o mesmo acontecendo a 44% com alunos de 12 anos, escreve o DN.

“Passaram 13 anos desde este estudo. 13 anos em que nada mudou. 13 anos em que a realidade continua igual ou pior. 13 anos em que o peso excessivo continuou, com implicações na saúde das crianças”, pode ler-se na página da petição.

ZAP //

10 Comments

  1. Pois, depois desta questão tão importante devemos discutir a outra questão muitíssimo importante acerca do nome do cartão de cidadão/cidadania. Sinceramente, estes são os 2 assuntos sobre os quais todo o parlamento deve meditar, discutir e decidir.
    É QUE NÃO CONSIGO DESCOBRIR COMO UMA CRIANÇA PODE TRANSPORTAR MENOS PESO A NÃO SER COM UMA LEI PARA O EFEITO, JUNTAMENTE COM FISCAIS EM TODAS AS ESCOLAS, A PESAREM TODAS AS MOCHILAS.
    Eu, os meus pais, e agora os meus filhos sempre adequamos o peso com base no que entendíamos ser ajustado, mas devemos ser uma espécie de revolucionários, tão desviante parece ser o nosso comportamento…

  2. Acho um exagero o volume anormal de “papel” que os meus filhos têm de transportar diariamente de casa para a escola e de escola para casa. É um peso “bruto” mesmo para um adulto. No caso de crianças que se têm de deslocar diariamente a pé ou em transporte publico para a escola o flagelo ainda é maior. Há que encontrar solução rapidamente.

  3. Tenho uma sugestão que infelizmente não deve agradar ao lobby do setor livreiro, mas com pai e ex aluno sei perfeitamente o que se está a tentar debater, e a minha sugestão é a seguinte, os pais adquirem um tablet para os seus filhos e os livros serão downloadeados em formato editável ou não conforme se trate de livros de exercícios os apenas manuais de informação, a compra da licença desses livros será vitalícia pelo que será possível aos pais caso pretendam a venda dessa licença para que outros alunos mais desfavorecidos ou não possam obter livros usados em perfeitas condições, como se de um jogo se tratasse, os próprios professores poderiam colocar os seus apontamentos à disposição dos alunos em “salas/site de turma virtuais”, e desta forma evitar os equívocos de quando se passa a matéria no quadro à pressa e não se tem tempo de ouvir o que o professor explica. Os TPC poderiam de igual forma serem disponibilizados pelos alunos para o professor nessa mesma “sala/site de turma virtual”.
    Após implementado este sistema garanto que a imaginação seria o limite e os alunos carregariam para a escola cerca de 1Kg de material escolar com toda a matéria a todo o instante.
    Quanto a preços, duvido que saísse mais caro do que atualmente, dado que o preço e a quantidade de manuais escolares que os pais têm de comprar é um absurdo abuso.

  4. Pobres crianças carregam muito peso mas poucos ensinamentos, servirá tudo isso mais para exibicionismo e interesses de editoras do que propriamente para um ensino a sério.

  5. Sou a favor deste petição, a qual já assinei. Para quem pretender assinar basta clicar no link http://peticaopublica.com/default.aspx .

    Tenho a mesma opinião do sr. Ferval e, estou a preparar uma petição para mudar o sistema de ensino português, que está caduco em relação a era que nos encontramos, implementando medidas para a mudança, como por exemplo:

    – Redução do horário excessivo de aulas e de disciplinas;
    – Introdução de actividades lúdicas e desportivas no período da tarde, ou seja, mais desporto, mais teatro, mais música, etc.;
    – Criação de uma biblioteca digital escolar a nível nacional, onde os alunos poderiam consultar (só consulta) via web, obras literárias no programa “Ler mais”;
    – Fornecimento de tablets sem marca, bloqueados a instalação de jogos com custo diferenciado por escalão de rendimento;
    – A implementação de rede Wifi nas salas onde haja interactividade entre os alunos e o professor e, onde podem aceder a informação promovida pelo mesmo;
    – Eliminação de matéria supérflua nos manuais;

    Posso dar o exemplo do Japão, que nas escolas não se rende o culto a bandeira, o hino não é cantado, não se vangloria heróis inventados pela história. Os alunos já não acreditam que o seu país é superior aos outros só porque eles nasceram lá. Eles já não vão à guerra para defender os interesses económicos de grupos poderosos, disfarçados de “patriotismo”. Portanto o novo sistema japonês é baseado nos seguintes conceitos:

    – Zero patriotismo.
    – Zero supérfluos.
    – Zero tarefas.
    E apenas 5 matérias, que são:

    1. Aritmética voltada para negócios. Operações básicas e uso comercial de calculadoras.
    2. Leitura. Eles começam a ler diariamente uma folha de livro (escolha livre) e têm que acabar de ler um livro por semana.
    3. Cidadania. Entendimento da cidadania como pleno respeito à lei, coragem cívica, ética, respeito às regras de convivência, tolerância, altruísmo e respeito à ecologia.
    4. Computação. Office, internet, redes sociais e negócios on-line.
    5. Quatro línguas, alfabetos, culturas e religiões: japonês, inglês, chinês e árabe, com visitas de intercâmbio de famílias em cada país durante o verão.

    Qual será o resultado deste programa?

    Jovens que aos 18 anos:
    Falam quatro idiomas, conhecem quatro culturas, quatro alfabetos e quatro religiões.
    São experts no uso dos seus computadores.
    Lêem 52 livros cada ano.
    Respeitam a lei, a ecologia e a convivência.
    Manipulam a Matemática Empresarial com minúcias.

    Outro país que é habitualmente apontado como exemplo no campo da educação, é a Finlândia, por exemplo, está a mudar desde do ano passado, o seu sistema de ensino de modo a adaptar a escola a um “mundo que está a mudar a grande velocidade”

    Na Finlândia aponta-se para “uma ‘modernização’ do pensamento educativo” que, se traduz na intenção de desenvolver “formas de trabalho em sala de aula que transcendam a lógica do trabalho interior a cada disciplina, definindo um conjunto de tópicos que exigem saberes oriundos de diferentes disciplinas e que serão trabalhados de forma transversal”.
    Já Portugal, pelo contrário, apostou numa maior compartimentação, com uma nova estrutura curricular assente “em programas demasiados extensos e excessivamente prescritivos e na definição de metas curriculares, que fazem correr o sério risco de que o ensino se transforme na gestão de uma espécie de check list”.

    Alunos no centro das escolhas

    Dá ênfase a práticas de cooperação em sala de aula e implementa conhecimentos e competências multidisciplinares, através do estudo de fenómenos e tópicos que será feito com a colaboração entre vários professores em sala de aula”.
    Esta aprendizagem vai permitir, por exemplo, que a propósito do aquecimento global sejam mobilizados em simultâneo vários conhecimentos (matemática, física, história, etc.), mas com aplicações práticas. Com esse fim, “todas as escolas terão de criar pelo menos um módulo por ano lectivo, com uma duração de uma a quatro semanas, centrado no estudo de tópicos que sejam de especial interesse para os estudantes”.
    Competirá às “escolas definir quais os assuntos a abordar nestes módulos, a sua duração e como serão implementados”, mas com um pressuposto de base: “Os estudantes devem participar no planeamento destes módulos. Antes do início das aulas, em conjunto com os professores, estudarão quais as melhores formas de atingir as metas estabelecidas no currículo, quais os objectivos e tópicos dos módulos e como serão estes organizados”.
    “Temos mesmo como objectivo que os estudantes tenham um papel mais activo nas escolas”, frisa. Por isso, já no início das aulas, professores e alunos “devem estabelecer em conjunto que caminhos seguir para o sucesso e como garantir que os estudantes saibam se fizeram ou não um bom trabalho”. Deste modo, comenta, “os alunos também aprenderão a avaliar o seu próprio trabalho”.
    Os estudantes também “participam na elaboração dos currículos locais” ou seja, na oferta específica proposta pelas diferentes escolas, em conjunto com os municípios, de modo a dar respostas às diferentes características e necessidades locais.

    “Alegria de aprender”

    Para além desta oferta local, o novo currículo “mantém um conjunto de disciplinas que é igual para todos os estudantes da escolaridade obrigatória”. Entre as disciplinas obrigatórias contam-se as de língua materna, literatura, matemática, estudos ambientais, biologia, geografia, física e química, educação para a saúde, religião e ética, história, estudos sociais, música, artes visuais e economia doméstica.
    Coisas como estas: o “entendimento das escolas como comunidades de aprendizagem”, a importância da “alegria de aprender” ou a “promoção da autonomia do aluno na avaliação do seu próprio trajecto de aprendizagem, retomando a ideia conhecida de aprender a aprender”.

    Na prática, isto significa, que “temos que saber o que vale mais a pena aprender hoje na escola de modo a fomentar um modo de vida sustentável, como reagir ao modo como este mudo em mudança está a influenciar a vida das crianças e o trabalho das escolas, como melhorar a cultura escolar para aumentar a motivação e alegria de aprender dos nossos alunos e de que modo seremos capazes de manter o elevado nível de desempenho dos nossos alunos”.

    – Portanto fim da aprendizagem passiva.
    “A aprendizagem colaborativa permite aos estudantes desenvolverem a confiança necessária para que consigam procurar soluções de forma autónoma, com métodos criativos”.

    “O sistema de educação actual decepciona muitos jovens que se sentem frustrados com o que são obrigados a fazer”.
    “Aos alunos que aprender pode ser divertido se seguirem os seus interesses, em vez de serem ensinados a concentrar-se numa coisa só”.

    Sou a favor do programa de “Alegria em aprender”.

    Vamos mudar… Vamos criar um movimento para criar uma escola melhor, uma sociedade com futuro, pois o sistema está a criar uma maioria de cidadãos que vão trabalhar para receber o salário mínimo e, a médio prazo, essa profissão estará extinta.

    É contra eles que vão competir os nossos filhos e netos !

    Espero fomentar um debate de ideias que serão bem vindas para a criação dessa petição. Conto com todos.

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