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Paulo Portas reeleito líder do CDS

José Sena Goulão / Wikimedia

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas

O XXV Congresso do CDS-PP termina hoje em Oliveira do Bairro, com a reeleição de Paulo Portas como presidente do partido, depois de a sua moção conquistar 82% dos votos.

A moção de Paulo Portas, “Responsabilidade e Identidade”, foi a votos contra a moção do movimento Alternativa e Responsabilidade (AR), “Ao serviço de Portugal”, encabeçada por Filipe Anacoreta Correia, que conseguiu 16,6%, com a divulgação de resultados a acontecer perto das 4:00.

A lista da direção à mesa do Conselho Nacional é encabeçada por Telmo Correia, sucedendo no cargo a António Pires de Lima. Já o movimento AR propõe para o mesmo cargo o antigo número dois de Paulo Portas, Luís Nobre Guedes.

O primeiro dia de trabalhos ficou marcado pela primeira intervenção de Paulo Portas, que tinha reservado para o Congresso uma explicação sobre a crise política do verão, em que chegou a apresentar a demissão de ministro dos Negócios Estrangeiros – que classificou como irrevogável – acabando por assumir o cargo de vice-primeiro-ministro e reforçar a posição do CDS-PP no Governo, com António Pires de Lima no Ministério da Economia.

“Se a remodelação fosse perdida, perdia-se mais do que isso. O que teve de ser teve muita força. A verdade é que a crise foi superada e, a meu ver, o Governo está mais forte e a economia beneficia com isso”, afirmou Portas, rejeitando que a demissão tenha sido “um capricho” ou “um enfado”.

No entanto, a explicação do presidente do CDS não convenceu Filipe Anacoreta Correia, que lamentou não ter havido o reconhecimento de “um erro” e de que a demissão “não foi uma jogada intencional”.

Num dos discursos mais aplaudidos do primeiro dia, — a par do do eurodeputado Nuno Melo — Telmo Correia admitiu que, pessoalmente, preferiria que o CDS concorresse sozinho às europeias e adiou para um futuro referendo interno a decisão sobre uma possível coligação com o PSD nas legislativas de 2015.

Nuno Melo utilizou a sua intervenção para rebater as críticas de Anacoreta Correia à direcção do partido, depois do conselheiro nacional ter acusado a direção do CDS-PP de ter ficado aquém das expetativas e, no governo, parecer ter gostado “do fruto proibido” de alimentar “clientelas”.

“Custa-me que cada vez que os socialistas nos atacam tu aqui lhes reproduzas os argumentos. Custa-me porque te vejo na trincheira errada e porque o fogo amigo também mata. Sendo que o fogo amigo tem que ser involuntário e o teu não é, ou se é, não parece”, afirmou Nuno Melo.

Uma das intervenções mais aguardadas era a do antigo vice-presidente Nobre Guedes, candidato a presidente do Conselho Nacional pelo AR.

O antigo número dois de Paulo Portas recordou o sonho que os dois juntos tiveram de “construir um Portugal diferente”, um sonho que considera estar ainda por cumprir.

“Nós queremos apenas melhorar um sistema que está podre e esgotado e não tem solução ou queremos mudar o sistema?”, questionou Luís Nobre Guedes perante o XXV Congresso do CDS-PP.

Já o atual ministro da Economia António Pires de Lima preferiu centrar o seu discurso — tal como outros governantes do CDS — na saída da `troika`, que apontou para maio, dizendo que “se uma saída à irlandesa tem as suas vantagens, um programa cautelar é uma coisa boa que merece ponderação na altura própria”.

Se Adriano Moreira e Amaro da Costa foram os mais evocados, tendo até havido uma proposta para que o primeiro seja presidente honorário do CDS, multiplicaram-se as citações poéticas — desde Nobre Guedes, que citou Sophia de Mello Breyner a Pires de Lima, que citou Pablo Neruda.

/Lusa

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