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Pablo Iglesias canta Marcha Imperial da Guerra das Estrelas a ex-líder do PP

Manuel Lorenzo / EPA

O secretário geral do Podemos, Pablo Iglésias, ouve a assistência cantar em coro a melodia da Marcha Imperial

O secretário geral do Podemos, Pablo Iglésias, ouve a assistência cantar em coro a melodia da Marcha Imperial

Depois de trazer a imagética da Guerra dos Tronos à política espanhola, o líder do Podemos, Pablo Iglesias, trouxe agora a Guerra das Estrelas, comparando o ex-presidente do PP, José Maria Aznar, ao imperador maléfico da saga.

Pablo Iglesias, um adepto confesso da série televisiva “Guerra dos Tronos”, já tinha espantado a classe política espanhola quando, em abril, ofereceu a primeira temporada completa ao rei Filipe VI, numa visita do soberano aos eurodeputados espanhóis – entre os quais se conta o secretário-geral do Podemos – em Estrasburgo.

O gesto foi mal recebido pelos outros partidos políticos. Uns disseram que a série é “demasiado violenta e nada tem a ver com a realidade espanhola” e, no campo dos republicanos, uma fação forte dentro do Podemos, houve quem dissesse que Iglesias nem deveria ter ido ao encontro do rei.

Mas Iglesias explicou que “ou metia a cabeça na areia, como sempre faz a esquerda, ou ia saudá-lo como o resto dos deputados”, disse o líder do Podemos, acrescentando que não lhe agradava nenhuma das opções.

“Se não fôssemos, seríamos acusados de ser um partido sem vocação de Governo. Se fizéssemos como todos os outros seríamos igualmente criticados. Por isso decidimos ir, mas quebrando o protocolo para deixar uma mensagem política ao rei”, explicou Iglesias.

Considerado um especialista em comunicação, com uma presença como comentador político nas televisões muito antes formar o Podemos, Pablo Iglesias usa nos seus comícios e discursos as mesmas ferramentas: linguagem simples, a falar diretamente às pessoas, com imagens que todos podem compreender e sem descrições exaustivas das medidas que propõe.

Abre muitas vezes os seus discursos com algumas estrofes – de reconhecidos poetas anti-franquistas – e polvilha as frases com caricaturas ou personagens de filmes e livros, que muitos reconhecem imediatamente.

O último caso aconteceu num comício em Alicante, na noite de sábado para domingo. Dias antes, o antigo presidente do Partido Popular, José Maria Aznar, tinha-se estrado em atos de campanha para as municipais e autonómicas de domingo.

Num pavilhão cheio de militantes, Iglesias começou por dizer que José Maria Aznar estava “de volta”.

“E quando vejo estes zombies do Partido Popular, lembro-me sempre da Marcha Imperial da Guerra das Estrelas. Vou cantá-la e peço-vos que a cantem comigo”, afirmou Pablo Iglesias, repetindo os acordes da música ao pronunciar o nome de um ou outro dirigente do PP.

O público, em uníssono, repetia os acordes.

Aznar acusou o toque e, este domingo, num comício em Madrid, respondeu.

Mas respondeu à sua maneira, a maneira tradicional: “Não interessa se a Esquerda vem de uma forma ou de outra, interessa é que não venha, porque depois teremos de vir nós outra para pôr a Espanha em ordem outra vez”, disse o presidente honorário dos “populares”.

No ataque ao Podemos, Aznar foi mais direto.

“Temos de renovar e mudar algumas coisas na Constituição, mas a base essencial dos pilares da democracia de Espanha não pode ser destruída a pontapé por quatro revolucionários de salão importados da Venezuela“, salientou o ex-primeiro ministro espanhol.

Iglesias notabilizou as comparações da política espanhola com séries e filmes, mas outros políticos estão agora a usar as mesmas imagens em proveito próprio.

Também no domingo, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, apelou a que as pessoas “se deixem de Guerras dos Tronos”.

“Os que querem mais do mesmo votem PP ou PSOE. O Ciudadanos vem para propôr coisas, e quem gostar disso que vote em nós. Quem quer mudança não deve entrar em cabalística, vamos a deixar-nos de Guerra dos Tronos”.

/Lusa

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