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Ovos escapam ilesos a quedas de 18 metros com engenhocas

Dezanove ovos lançados em Barcelos de uma altura de 18 metros aterraram “inteirinhos da silva”, graças à fiabilidade das “naves” em que voaram, construídas por alunos do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA).

No entanto, outros 19 ovos acabaram literalmente estrelados, por “defeitos de fabrico” dos engenhos voadores.

Os alunos de Design Industrial do IPCA foram desafiados a construir uma estrutura de proteção ao impacto, inspirada numa espécie natural (vegetal, animal ou mineral).

Para a construção da nave, os alunos apenas puderam usar uma placa de cartão-madeira de 50 por 50 centímetros, dois metros de fio norte e 10 elásticos.

Esta segunda-feira, foi testada a fiabilidade dos protótipos, tendo cada aluno lançado, do alto torre dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, a estrutura que criou, com um ovo lá dentro.

Dezanove chegaram a terra firme sãos e salvos, mas outros tantos não aguentaram o impacto da queda, espalhando no chão as claras e as gemas.

Jorge Ribeiro foi beber inspiração nos morcegos e deu-se bem, já que o seu ovo escapou incólume.

“Quando chegou a meio, rodou, virou-se ao contrário, voltou a rodar outra vez e caiu direitinho, como eu queria que rodasse e planasse direitinho, para o ovo não partir”, descreveu, orgulhoso.

Menos sorte teve Diana Torres, que se inspirou na fisális, um fruto normalmente usado na decoração de bolos, mas o voo acabou em “tragédia” para o ovo.

“Acho que foi mesmo azar. A meio do voo, despedaçou-se uma asa. Mas o objetivo foi cumprido, porque aquilo tinha de voar e voou”, explicou.

Miguel Terroso, professor da unidade curricular de Projeto de Design Industrial do Instituto Politécnico do Cávado e Ave e responsável por este desafio, disse que o objetivo deste concurso de voo de ovos era promover o desenvolvimento de conceitos inovadores para proteger fisicamente de uma queda um objeto delicado.

Segundo o docente, alguns alunos optaram por mimetizar espécies marcadamente de proteção, como a noz ou o caracol, que se assumem como “bunkers”, enquanto outros se inspiraram nas “sementes voadoras”, cuja velocidade de queda é reduzida.

“Esta segunda abordagem teve melhores resultados e efeitos mais espetaculares”, sublinhou.

Os alunos “responsáveis” pelos ovos partidos poderão ser penalizados com um corte de 10 a 15 por cento nas notas da unidade curricular.

No anterior ano letivo, os resultados foram bem mais negativos, já que apenas sobreviveram 9 dos 42 ovos lançados.

A ideia é que, de ano para ano, o protótipo fique cada vez mais leve mas também mais resistente.

/Lusa

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