Os ratos também se arrependem

azuk1_photo / Flickr

Os seres humanos não são as únicas criaturas a conseguir sentir remorsos. Segundo um novo estudo, em determinadas situações, os ratos também podem arrepender-se após algumas más decisões, relata a National Geographic.

Investigadores da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos, monitorizaram, através de eléctrodos, a actividade cerebral de quatro ratos, em particular em duas áreas chave relacionadas com a tomada de decisões.

De seguida, foram criadas situações nas quais os ratos tiveram de escolher se esperariam durante um tempo por uma recompensa em comida, ou se iriam em direcção a outra opção. Aqueles que continuaram em direcção à oferta seguinte revelaram arrependimento.

Para a experiência, os investigadores desenvolveram um teste, denominado “fila de restaurante”, no qual, durante 60 minutos, os ratos decidiam por quanto tempo esperariam por diferentes alimentos.

«É como esperar numa fila de restaurante: se a do chinês estiver muito grande, desiste-se e vai-se para o indiano do outro lado da rua», argumentou à BBC David Redish, professor na Universidade do Minnesota e colaborador no estudo.

Os ratos que esperaram mais tempo pelos sabores preferidos, permitiram aos cientistas determinar as boas e más opções. Por vezes, decidiam não esperar e passavam à frente, apenas para se deparar com uma opção pior, algo a que os investigadores chamaram de “situação induzida de arrependimento“.

Nestes casos, os ratos, muitas vezes, paravam e olhavam para trás, para o que tinham acabado de perder.

«Nos humanos, uma parte do cérebro, chamada córtex orbitofrontal, fica activa durante o arrependimento. Durante o estudo, descobrimos que nos ratos que percebiam que tinham cometido um erro, o seu córtex orbitofrontal representava a oportunidade perdida», explicou o professor, acrescentando que é «interessante, uma vez que, nos ratos, isso reflecte o que deveriam ter feito, não a recompensa perdida».

E conclui: «Faz sentido porque nós não nos arrependemos do que não tínhamos, antes do que não fizemos».

CG, ZAP

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