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Omar Mateen terá agido por vingança contra parceiro com VIH

(dr)

O atirador de Orlando, Omar Mateen

Um alegado amante do muçulmano que matou 49 pessoas numa discoteca em Orlando acredita que o ataque não foi motivado por ideais terroristas mas sim por vingança.

Numa entrevista ao canal Univision, um alegado antigo companheiro de Omar Mateen disse que o que terá motivado o ataque à discoteca Pulse, em Orlando, foi uma vingança.

O alegado amante, que escolheu o nome “Miguel” para dar a entrevista, contou que teve um relacionamento casual com o atirador durante dois meses.

Os dois conheceram-se através de uma aplicação de encontros chamada Grindr, estiveram várias vezes juntos e o homem, de origem hispânica, conta que até a mulher de Omar sabia da sua orientação sexual.

“‘Eu perguntei-lhe: como é que a tua mulher sabe que tu és gay?’, ao que ele me respondeu ‘não te preocupes com isso, ela sabe que sou gay e também sabe que é como uma cortina de fumo“, conta.

O homem acredita que o ataque à discoteca, que matou 49 pessoas, foi motivado por uma vingança contra homens latinos, especialmente dois porto-riquenhos com quem se envolveu.

Segundo Miguel, um dos homens estava infetado com o vírus HIV e não terá dito nada a Omar quando estes tiveram relações sem proteção.

Apesar de os testes para saber se também estava infetado terem dado negativos, o muçulmano nunca terá lidado bem com a situação.

“Ele dizia que tinha raiva, muita raiva dos porto-riquenhos, e quando lhe perguntei porquê, ele disse-me que esses gays achavam que eram a última Coca-Cola do deserto e que pensavam ser os maiores”, relembra.

Tiroteio não foi um ato terrorista

Dessa forma, Miguel acredita que as motivações que o levaram a realizar o ataque nada têm que ver com terrorismo ou com homofobia.

“Essa pode ser a resposta para o Governo, mas não para mim”, respondeu o amante, quando questionado se Omar era mesmo um terrorista.

Miguel conta ainda que quando viu as notícias na televisão ficou totalmente estupefacto, porque aquele não era o homem que tinha conhecido.

“O Omar Mateen que eu conheci era um homem carinhoso, um homem que tinha os seus problemas, as suas frustrações, as suas inseguranças mas, no fundo, era um homem que tinha falta de amor”.

“Não quero limpar a sua imagem. Isso seria uma ofensa para a comunidade LGBT. Simplesmente quero que o mundo saiba que o homem que eu conheci e que, nessa noite, foi àquela discoteca fazer semelhante horror não é o homem que eu conheci“, justifica.

“O que ele fez foi terrível. Insultei-o muito, chorei muito. Perdi amigos naquela noite. Mas o que me leva a dar esta entrevista é trazer a verdade ao de cima e dizer que não fez isto por terrorismo. Na minha opinião, e pelas conversas que tivemos, fez isto por vingança”.

“Miguel” não quis identificar-se porque diz ter medo de represálias, nomeadamente por parte do pai do atirador mas também do ISIS que, nas suas palavras, “não vai ficar muito contente quando vir isto”.

FM, ZAP

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