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Obama vai ser processado por abuso de poder

Pete Souza / Whitehouse

O presidente dos EUA, Barack Obama

O presidente dos EUA, Barack Obama

O presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano), o republicano John Boehner, anunciou esta quarta-feira que pretende processar o Presidente norte-americano, Barack Obama, por abuso de poder.

O anúncio de John Boehner, terceiro numa eventual linha de sucessão presidencial, é encarado pelos aliados democratas de Barack Obama como uma manobra política, a poucos meses das eleições legislativas intercalares norte-americanas (midterms), nas quais os republicanos esperam conquistar a câmara alta do Congresso norte-americano, o Senado. Estas eleições estão agendadas para 4 de novembro.

“A Constituição diz claramente que o trabalho do Presidente consiste na aplicação fiel das leis”, referiu Boehner, numa conferência de imprensa.

“Na minha opinião, o Presidente não aplica fielmente as leis“, reforçou.

“O Congresso tem um trabalho a fazer, como o Presidente. E quando existe um conflito entre os poderes legislativo e executivo, cabe-nos a responsabilidade de defender esta instituição”, acrescentou.

talkradionews / Flickr

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner

Os republicanos criticam Barack Obama por um conjunto de decretos que ultrapassam, segundo a fação política, os seus poderes regulamentares, nomeadamente a regularização temporária de alguns jovens indocumentados em 2012 e os atrasos na aplicação de alguns aspetos da lei da reforma do sistema de saúde.

Recentemente, estes parlamentares denunciaram a operação que originou a troca de cinco prisioneiros de Guantánamo pelo soldado norte-americano Bowe Bergdahl, mantido em cativeiro pelos talibãs no Afeganistão, afirmando que o Congresso não foi previamente informado da operação, como prevê a lei.

Perante um Congresso paralisado devido às divisões partidárias, Obama tem avançado com decretos em áreas onde consegue ter algum espaço de manobra, como foi o caso do aumento do salário mínimo para os contratos do Estado federal.

“É um subterfúgio”, reagiu Nancy Pelosi, líder da minoria democrata da Câmara dos Representantes, quando questionada sobre a iniciativa de John Boehner.

A representante democrata afirmou ainda que espera que Boehner desista do processo, agindo como um “adulto”.

/Lusa

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