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O Hubble acabou de descobrir uma lua no fundo do nosso Sistema Solar

Alex Parker / NASA / ESA

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Uma equipa de astrónomos acaba de descobrir uma nova lua a esconder-se no nosso próprio Sistema Solar, a orbitar o planeta Makemake, o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar. 

A nova lua, chamada temporariamente de S/2015 (136472) e apelidada de MK2 (em homenagem ao planeta), conseguiu permanecer escondida até agora por ser incrivelmente escura.

A MK2, 1.300 vezes menos brilhante que Makemake, reflete tão pouca luz que ficou praticamente invisível quando comparada à luz refletida pelo planeta que orbita.

A lua foi identificada quando, em abril de 2015, os astrónomos decidiram apontar as lentes do Hubble para a região do Makemake por mais de duas horas seguidas. O astrónomo Alex Parker, do Southwest Research Institute no Texas, estava a verificar informações captadas e avistou uma luz fraca a mover-se ao redor do Makemake.

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“Pensei que alguém já a teria visto”, contou Parker à National Geographic. O cientista perguntou ao colega Marc Buie, que respondeu, surpreso: “Existe uma lua nos dados do Makemake?” “Foi nessa altura que tudo se tornou emocionante e começamos a trabalhar”, relembra.

Agora, os investigadores querem usar o Hubble para estudar mais profundamente a órbita do MK2 para saber mais sobre a composição e a densidade do planeta anão.

“Makemake está na classe dos raros planetas semelhantes ao Plutão, por isso encontrar um ‘acompanhante’ é importante. A descoberta dessa lua nos deu a oportunidade de estudar Makemake com mais detalhe do que se não a tivéssemos encontrado”, explica Parker.

O Cinturão de Kuiper é um enorme reservatório de materiais congelados da época da formação do nosso Sistema Solar, há 4,5 mil milhões de anos, onde vários planetas anões estão localizados. Os cientistas querem conhecer melhor essa região, já que ainda há muito a ser aprendido sobre esses planetas congelados.

Misterioso brilho de Makemake

Um dos mistérios de Makemake é a sua aparência: o planeta anão tem áreas de material escuro e de material brilhante. O planeta completa a sua rotação em apenas 7,7 horas, mas o seu brilho não se altera conforme gira.

Com a descoberta da nova lua, os astrónomos consideram agora pela primeira vez que esses pontos escuros não estão na superfície do planeta anão, mas sim na sua órbita.

Outra informação que a descoberta traz é que agora pode ser possível calcular a massa do Makemake, assim como aconteceu com Plutão. Até 1978, quando a lua Caronte foi descoberta, ainda não se sabia a massa do planeta.

Parker também espera que a missão não-tripulada da NASA, a New Horizons, possa passar pela região quando estiver a sair do Sistema Solar.

HypeScience

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