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O camaleão-pantera é na realidade 11 espécies diferentes

berniedup / Flickr

Um Furcifer pardalis, ou camaleão-pantera

Um Furcifer pardalis, ou camaleão-pantera

O camaleão-pantera, desde sempre considerado como uma espécie única, é na realidade 11 espécies diferentes, diz uma equipa de cientistas da Universidade de Genebra, na Suiça.

Originário de Madagáscar, o camaleão-pantera, ou Furcifer pardalis, é uma das mais espectaculares espécies de répteis natvas desta ilha do Índico, ao largo de Moçambique..

Os machos de camaleão-pantera chegam a atingir 50cm de comprimento. As fêmeas grávidas mudam de cor para assinalar que não querem acasalar.

A mais fascinante característica da espécie, no entanto, são as suas extraordinárias cores vibrantes – muito pouco típica de um camaleão.

Mas um novo estudo, desenvolvido pela equipa do professor Michel Milinkovitch, da Universidade de Genebra, e publicado este sábado na Molecular Ecology, trouxe uma revelação surpreendente.

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O camaleão-pantera distingue-se pelas suas cores extraordinárias

O camaleão-pantera distingue-se pelas suas cores extraordinárias

Milinkovitch e os colegas realizaram uma análise detalhada das variações de cores em função da distribuição filogeográfica da espécie.

Os cientistas colheram amostras de sangue de 324 indivíduos de camaleão-pantera em diferentes locais da ilha a analisaram o seu DNA mitocondrial e nuclear.

“O material genético mostrou uma forte relação da estrutura genética em linhagens de locais restritos da ilha, revelando uma reduzida miscigenação entre populações“, diz Milinkovitch à Sci News.

“A análise matemática dos padrões de cores dos 324 exemplares mostrou que as mais subtis diferenças nesses padrões poderiam ser usados para identificar com rigor a localização geográfica do exemplar e a sua correspondente linhagem genética”, acrescenta o cientista.

“Mas a diversidade de padrões sugere que podemos ter que considerar que não estamos apenas perante diferentes linhagens de uma só espécie, mas perante espécies diferentes – mais concretamente, onze espécies”, explica Michel Milinkovitch.

Mas — pergunta o leigo, ingenuamente — quando os camaleões mudam de cor, passamos a ter 22 espécies?

AJB, ZAP

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