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Novos donos da TAP não estão disponíveis para serem sócios minoritários

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Stuart Isett / Fortune Brainstorm Green

David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras

David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras

David Neeleman e Humberto Pedrosa, do consórcio Atlantic Gateway que comprou a TAP, estiveram esta quinta-feira reunidos com o ministro do Planeamento, Pedro Marques, para as negociações com o Governo tendo em vista a reversão da operação em favor do Estado.

Os novos donos da TAP mostraram-se indisponíveis para se tornarem sócios minoritários, com apenas 49% do capital, tal como pretende o Executivo de António Costa. “Já pagámos muita dívida, tomámos decisões nas últimas duas semanas, mais do que em todos os anos antes”, afirmou Neeleman no final do encontro.

O norte-americano explicou que foi assinado um contrato com “muitas restrições” e que a empresa vencedora do concurso pretende cumprir o acordo assinado que lhe dá 61% da transportadora aérea.

“Nós fizemos um acordo em que não podemos tirar um euro de lucro até as dívidas estarem pagas, e estamos a investir muito nessa causa”, justificou o empresário, mostrando que não é fácil negociar com os objetivos do atual Governo.

O norte-americano disse ainda que foi explicado ao Governo “todos os desafios que temos e que todo o dinheiro que colocámos e vamos colocar tem risco”. “A TAP tem uma situação difícil no Brasil e em Angola. É uma empresa que deve muito dinheiro. A TAP tem de ser salva. Estamos dia-a-dia a lutar por isso”, alertou.

Já Humberto Pedrosa deixou claro que “o Governo tem um projeto que é querer a maioria” e que os donos da TAP têm um projeto bem diferente “que não se muda de um dia para o outro”.

Questionado sobre a possibilidade de Governo e donos se entenderem, Humberto Pedrosa alertou que “isto não casa bem”, realçando que é difícil encontrar um ponto de união nos objetivos.

A reunião acontece 24 horas depois de o primeiro-ministro António Costa ter reafirmado, no seu primeiro debate quinzenal no Parlamento, que é “vital” para o Executivo “negociar na aquisição pelo Estado dos 51% do capital da TAP”.

“O Estado deve manter a maioria do capital da TAP”, defendeu o primeiro-ministro, explicando que a TAP “não é só uma companhia de aviação, é a garantia da independência nacional, da ligação do nosso território descontínuo ás comunidades emigrantes e um instrumento fundamental para economia portuguesa e para a afirmação da plataforma atlântica de Portugal”.

Para ficar com a maioria do capital da TAP, a Atlantic Gateway ofereceu 10 milhões de euros pelas acções da companhia aérea, tendo-se comprometido ainda a injectar 338 milhões de euros de capital, dos quais 150 milhões de euros entraram na empresa logo após a assinatura do contrato de compra com a Parpública.

Por agora, não está agendada mais nenhuma reunião entre o consórcio Atlantic Gateway e o Governo português.

ZAP

7 Comments

  1. Pois é, aqueles que se julgam sábios, e com as santas alianças à esquerda, e com a feroz esquerdalha, o resultado só pode ser treta e mais treta e nada mais que treta, e mais não digo. …….

    • Mais treta foi a negociata da direitalha que não fez senão vender Portugal a retalho. E se você é português, não parece ou então é outro vendido a estrangeiros e/ou direitalha.

  2. Está a vista que a TAP (tal como outras empresas publicas) não prestava, apenas quando era do estado!
    Agora que os LOBOS do costume a abocanharam, não mais a largam…
    Percebe-se assim, como o anterior governo deixava afundar a empresas publicas, para depois as dar aos amigos de sempre….

    O povo é MANSO…

    • Pretenderá então dizer que foi o governo anterior que deitou abaixo a Lisnave, Setenave, Siderurgia Nacional, que fez uma reforma agrária para sacar tudo aos proprietários e pôs tudo no desemprego e abandono, que encontrou todas as transportadoras a dar lucro e as deixou a dar prejuízo entre tantos outros casos, pois pelo nome você deve ter sido importado da Argélia e está por cá há pouco tempo certamente o que tem direito a desculpa.

  3. Acaso a TAP vai mudar de nome? Vai deixar de ser portuguesa?
    Quem viaja de avião é porque pode. Não é um autocarro para transportar pessoas para o médico, para o mercado, para a escola. Nem o comboio, que deveria ter uma verdadeira função social. O Que é vital para a vida dos cidadãos é que deveria ser controlado pelo Estado, tal como o abastecimento de águas ao domicilio. Para usufruirem de bens e serviços, como água, electricidade, cuidados de saúde, transportes terrestres, os cidadãos não deveriam ter de depender da , por vezes ganância de detentores do direito de fornecer bens e serviços às populações.
    Agora, andar de avião, há muitas companhias, viaja quem quer e pode, por motivos particulares ou profissionais.
    Se alguém se prontifica a pagar as dívidas, salários e encargos e modernizar, qual é o problema, desde que se continue a chamar TAP AIR PORTUGAL ou TRANSPORTES AEREOS PORTUGUESES?
    Quais as implicações no turismo com estas teimosias?

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