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Novo tratamento aumenta em 40% sobrevivência a cancro da mama

Um novo tratamento aumenta em 40% a sobrevivência a um tipo de cancro de mama muito agressivo, o HER2 positivo metastizado, de acordo com um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, que decorre em Madrid.

Nesta investigação participaram um total de 250 centros de 19 países, entre os quais nove hospitais espanhóis, e 808 mulheres com este tipo de cancro de mama.

Um acompanhamento a longo prazo, de 50 meses, deste estudo demonstrou os benefícios do novo fármaco neste cancro com metástases, assinalam os seus autores.

O tratamento consiste em acrescentar um novo princípio ativo, o pertuzumab, ao agente usado actualmente, o trastuzumab.

georgetown.edu

Sandra Swain, investigadora do MedStar Washington Hospital Center

Sandra Swain, investigadora do MedStar Washington Hospital Center

As doentes tratadas com estes dois princípios activos combinados e quimioterapia ganharam em média mais 15,7 meses de vida, já que a sobrevivência global passou de uma media de 40,8 meses para 56,5.

A autora principal do estudo, Sandra Swain, investigadora do MedStar Washington Hospital Center, nos EUA, confessa que “mais importante do que as estatísticas, para nós como clínicos, o que importa são os resultados – a sobrevivência média.”

Estes resultados são fenomenais, porque “os 40,8 meses de sobrevivência ao HER2 positivo metastizado usando apenas o trastuzumab já são bastante bons”, diz Swain à Medscape.

Javier Cortés, investigador do Instituto Vall d’Hebron de Oncologia de Barcelona e co-autor do estudo, diz por sua vez que “não há agora nenhuma razão que justifique que se use trastuzumab sem pertuzumab”.

“Este foi um passo de gigante para fazer do HER2 positivo uma doença crónica num futuro próximo”, concluiu Cortés.

O  HER2 positivo representa entre 15% e 20% do total de ocorrências de cancro da mama.

No mesmo congresso foi também revelado que cerca de 7% dos doentes oncológicos interrompe o tratamento, devido aos efeitos secundários, segundo um inquérito europeu realizado junto de 7.899 doentes de França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Espanha.

“Destes 7% (531 de um total de 7.899), 87% seguiam um tratamento citotóxico e 13% uma terapia hormonal”, explicou um dos investigadores.

ZAP / Lusa

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