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Nova descoberta sugere que viajar no tempo é mesmo impossível

(dr) Metro-Goldwyn-Mayer

Rod Taylor e a sua Time Machine, filme de 1960 baseado no romance de H.G. Wells

Uma nova forma de núcleos atómicos foi confirmada por cientistas – uma descoberta de grande importância mas que pode acabar com nossas esperanças de viajar no tempo.

Num estudo publicado na Physical Review Letters, os cientistas descrevem que os núcleos assimétricos, em forma de pera, observados pela primeira vez em 2013 por investigadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) no isótopo Rádio-224, também estão presentes no isótopo de bário-144.

A descoberta é de monumental importância porque a maioria das teorias fundamentais da física são baseadas na simetria. Esta confirmação mostra que é possível ter um núcleo que tem mais massa de um lado do que do outro.

CERN

Núcleo assimétrico em forma de pera do isótopo Rádio-224

Núcleo assimétrico em forma de pera do isótopo Rádio-224

“Isto viola a teoria da simetria de espelho e diz respeito à violação mostrada na distribuição de matéria e antimatéria no nosso universo”, disse Marcus Scheck, da Universidade do Oeste da Escócia, um dos autores do estudo.

Até recentemente, havia três formas de núcleos: esféricos, em formato de disco e em formato de “bola de rugby“. Há uma combinação específica de protões e neutrões num certo tipo de átomo, que dita a forma da distribuição de cargas dentro de um núcleo.

Estas três formas são simétricas e estão de acordo com a teoria conhecida como simetria CP, a combinação de carga e simetria de paridade.

O novo tipo de núcleo pode-nos ajudar a entender porque é que o nosso universo é da maneira que é.

Como observa o astrofísico Brian Koberlein, “tem sido proposto que uma violação da simetria CP poderia ter produzido mais matéria do que antimatéria, mas as violações atualmente conhecidas não são suficientes para produzir a quantidade de matéria que vemos”.

“Se existem outras vias de violação da simetria CP escondida dentro de núcleos em forma de pera, elas poderiam explicar este mistério”, explica à Forbes.

Sem viagem no tempo?

Esta distribuição desigual de massa e carga nos núcleos faz com que o isótopo “aponte” numa determinada direção no espaço-tempo, e a equipa sugere que isso poderia explicar porque é que o tempo parece ir só para a frente e não para trás.

“Encontramos estes núcleos literalmente apontando para uma direção no espaço. Trata-se também de uma direção no tempo, provando que há uma direção bem definida no tempo e vamos sempre viajar do passado ao presente“, disse Scheck à rede BBC.

Trata-se de uma hipótese bastante especulativa, mas levanta algumas pistas bastante interessantes para a investigação.

A descoberta é outra indicação de que o universo pode não ser o que nós pensamos, o que poderia levar-nos a uma nova era da física teórica para lá do Modelo Padrão.

HypeScience

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