Netos de portugueses no Brasil procuram nacionalidade dos antepassados

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Netos e bisnetos de portugueses que migraram para o Brasil há décadas procuram atualmente a nacionalidade dos antepassados, muitas vezes sem conhecer Portugal mas apostando num futuro no espaço europeu.

As raízes portuguesas de Arthur Pereirinha Moutinho, 13 anos, são do bisavô paterno, nascido em São João da Pesqueira, distrito de Viseu, e da avó materna, natural da Guarda.

Este mês de dezembro, obteve seu passaporte português no consulado em São Paulo, incentivado pelos pais, que também terminaram o processo para a dupla nacionalidade neste ano.

“Tenho a nacionalidade portuguesa para, no meu futuro, poder ter uma educação melhor, poder pegar um emprego bom. Acho que o país é muito bonito, e gostaria de o visitar mais para frente”, afirmou Arthur à Lusa, dizendo-se fã dos futebolistas Cristiano Ronaldo e Pepe.

Pai de Arthur e de Bruno, 11 anos, o advogado Adriano Phortos Moutinho, 47 anos, afirmou que a decisão da família em dar entrada do pedido de nacionalidade foi motivada pela afinidade com o país, por ter parentes que ainda vivem em Portugal e por querer uma oportunidade de formação universitária para os filhos.

30 mil em 5 anos

O Consulado Geral de Portugal em São Paulo expediu este ano 7.500 passaportes para “novos portugueses”, um recorde, segundo o cônsul Paulo Lopes Lourenço.

Nos últimos cinco anos, foram mais de 30 mil novas nacionalidades.

O perfil do luso-brasileiro que pede a nacionalidade portuguesa é variado, segundo Paulo Lourenço, e abrange desde o neto de portugueses que redescobre as suas origens até aos filhos dos novos imigrantes que chegaram há pouco ao país.

“Para nós, o mais importante é como essa pessoa, esse novo português, vai atuar e corresponder a esse convite que está implícito numa nova cidadania”, disse o cônsul.

O arquiteto Felipe Alberto Alves Vieira, 23 anos, neto de portugueses, também obteve a nacionalidade neste ano.

“Tudo começou com os meus avós, que vieram de Portugal recém-casados, com dois filhos, sendo que um nasceu no navio. Com o meu avô vivo, com 97 anos, fizemos questão de dar continuidade a esse aspeto da nossa identidade”, disse à Lusa.

Alves Vieira acrescentou que o avô ficou “bastante feliz” com a notícia e que, apesar de já conhecer Portugal, agora tem vontade de voltar para visitar a Ilha da Madeira, onde nasceram os seus antepassados e ainda vivem parentes.

A cirurgiã-dentista Adriana de Souza Imperatriz, 39 anos, acompanhou as filhas gêmeas Piettra e Stephani Imperatriz Roncon, 6 anos, ao consulado para pedirem o seu certificado de nacionalidade portuguesa. O marido e pai das meninas é filho de uma imigrante nascida em Aveiro.

A cultura portuguesa ficou na nossa família com a culinária, mas temos muita curiosidade de conhecer mais e retomar o elo”, disse Souza Imperatriz, realçando que pretendem viajar para Portugal em 2015, e têm o país como uma possibilidade futura de residência.

No Brasil estão registados 140 mil portugueses e lusodescendentes mas as autoridades estimam que a comunidade potencial pode atingir as 700 mil pessoas.

/Lusa

6 Comments

  1. Caro Zé Nabo, eles não andam à procura da nacionalidade dos antepassados, o jornalista é que não sabe o que escreve. Quanto a estes netos de portugueses, um pormenor é evidente: a falta de cultura portuguesa. Atente-se nos seus nomes próprios. Seria conveniente que a lei da nacionalidade obrigasse aqueles aqueles que se querem tornar portugueses a adoptar um nome português.

      • Cara Ana Gonçalves, se querem ou não saber de Portugal é lá com eles. Não creio que ninguém lhe tenha perguntado a si se quer saber de Portugal. A Ana é portuguesa porque os seus pais também o são. Eles são portugueses porque os pais ou os avós também o são.

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