Nepal está a vender o arroz doado às vítimas do terramoto para evitar que se estrague

Narendra Shrestha / EPA

Uma nepalesa beija a filha bebé em frente aos escombros da sua casa, em Baluwa, Nepal, depois do terramoto

Uma nepalesa beija a filha bebé em frente aos escombros da sua casa, em Baluwa, Nepal, depois do terramoto

O Governo nepalês está a vender milhares de toneladas de arroz doado às vítimas do terramoto há mais de um ano para evitar que se estrague, perante a incapacidade de o fazer chegar às famílias necessitadas.

“Começámos a vender, porque há uma grande probabilidade de que o arroz se estrague se se mantiver armazenado durante mais tempo”, adiantou Pawan Kumar Karki, porta-voz da Cooperação Alimentar do Nepal.

Depois do sismo de 25 de abril de 2015, a China e o Bangladesh doaram cerca de 10.030 toneladas de arroz, das quais apenas 2.600 foram entregues às vítimas e outras 3.400 toneladas foram enviadas para a região de Karnali, a zona menos desenvolvida do Nepal e onde escasseiam alimentos, continuando o restante armazenado.

O Governo nepalês decidiu agora vender cerca de 4.400 toneladas a um preço equivalente a 38 centavos de dólar o quilo, o que poderá permitir arrecadar cerca de 170 milhões de rúpias (1,5 milhões de dólares).

Dois sismos e uma série de réplicas atingiram o Nepal em abril e maio de 2015, matando mais de 8.700 pessoas e devastando extensas zonas do país.

Após o sismo, a UNICEF alertou que 70 mil crianças precisavam de apoio nutricional urgente.

De acordo com organização, cerca de 15 mil crianças nos 14 distritos mais afetados pelo sismo precisavam de alimentação terapêutica, como por exemplo pasta de amendoim (rica em nutrientes), para tratar desnutrição severa grave.

A par deste grupo, outras 55 mil crianças em estado de desnutrição severa moderada precisavam de alimentação e cuidados suplementares para voltar a ter um desenvolvimento e um crescimento saudáveis.

Antes do terramoto, uma criança em cada dez no Nepal sofria de desnutrição severa grave, enquanto quase quatro em cada dez registavam um atraso no crescimento devido a um estado de desnutrição crónica, acrescentou a agência da ONU

O sismo terá agravado este cenário.

ZAP / Lusa

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