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Navegador solitário luso parte hoje de Cabo Verde a caminho do Brasil

O navegador solitário português Ricardo Diniz, ancorado desde 13 deste mês na ilha cabo-verdiana de São Vicente, deixa esta segunda-feira o Mindelo para completar a terceira e última etapa da viagem até Salvador da Baía (Brasil).

João Paulo Diniz, pai do velejador e “media officer” do Team Ricardo Diniz, indicou que o filho partirá às 11:00 locais (13:00 em Portugal) para completar as 2.000 milhas náuticas (3.740 quilómetros) que tem pela frente, percurso que espera concluir a 10 de junho, Dia de Portugal.

Ricardo Diniz, a bordo do “FlyTap” e acompanhado pela gata “Vitória”, deixou Lisboa a 23 de abril último, tendo demorado sete dias a percorrer as 1.100 milhas náuticas (2.037 quilómetros) até à Madeira, de onde seguiu, a 06 deste mês, para o Mindelo, viagem que demorou cerca de uma semana.

A viagem destina-se a homenagear a seleção portuguesa de futebol, uma ideia que surgiu durante um dos jogos entre a Suécia e Portugal, no “play-off” de apuramento para o Mundial2014.

Uma promessa que, no início, disse à Lusa no Mindelo, admitiu ser um pouco “disparatada”, mas que levou a que sentisse um “calor enorme“, com a certeza que a “equipa das Quinas” iria marcar presença no Mundial, no Brasil.

A bordo, e além de uma bandeira de Portugal, o velejador solitário leva também uma garrafa de grandes dimensões com milhares de mensagens enviadas por internet por portugueses de todo o mundo, impressas em papel de cortiça e que será entregue à seleção lusa, que, por essa altura, estará já no Brasil.

Com o “Fly TAP”, veleiro de 20 metros, 23 de mastro e três de lastro, Ricardo Diniz espera, algures no meio do Atlântico, completar 100 mil milhas náuticas (quase 54.000 quilómetros), o equivalente a quatro voltas ao mundo.

Durante a estada no Mindelo, Ricardo Dinis participou em diversas iniciativas promovidas pelos principais patrocinadores, entre eles a TAP-Portugal, que o incluiu nas comemorações do 50.º aniversário do início das operações aéreas para Cabo Verde, a celebrar oficialmente na Cidade da Praia a 08 de novembro próximo.

Sobre a última etapa, Ricardo Diniz disse à Lusa esperar “algumas dificuldades”, sobretudo na travessia do Equador.

“Acredito que haja vento bastante definido na primeira semana e meia. Depois, vou enfrentar uma faixa que rodeia todo o planeta Terra, um cinto um bocadinho a norte do Equador, a que se chama zona de convergência intertropical, com uma instabilidade de ventos brutal e também com «ventos zero» durante muito tempo”, previu.

O tempo de viagem, acrescentou, variará entre os 13 dias, “se tudo correr bem”, e os 21, “se houver mais dificuldades das que espero”, mas a cereja no topo do bolo seria atingir Salvador a 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

“Ainda dará tempo para sair de Salvador e ir ter com a seleção, que não quero incomodar, para dar-lhes este abraço e mostrar-lhes que um simples mensageiro sonhador leva uma mensagem de muitos, para lhes dar força”, concluiu.

ZAP/Lusa

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