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NATO está a investigar os serviços secretos portugueses

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Frederico Carvalhão Gil, espião português

Frederico Carvalhão Gil, espião português

A detenção do espião português Frederico Carvalhão Gil em Roma a vender informações altamente classificadas levou a NATO a avançar com uma auditoria às Secretas portuguesas. 

O Diário de Notícias avança que o NATO Security Office está a preparar uma inspeção ao Serviço de Informações de Segurança (SIS), na sequência da operação Top Secret, que na semana passada levou à detenção de um espião português e de um alegado espião das secretas externas da Rússia (SVR) em Roma.

Frederico Carvalhão Gil, quadro do SIS há 30 anos, deve ser extraditado para Portugal durante o fim-de-semana.

Segundo o Diário de Notícias, o departamento de segurança da NATO tem estado em contacto direto com o Gabinete Nacional de Segurança (GNS) – responsável pelo controlo da matéria classificada das organizações internacionais – e deverá visitar a sede das Secretas portuguesas, no Forte da Ameixoeira, nos próximos dias.

De acordo com o jornal, a inspeção vai centrar-se na base de dados através da qual o SIS recebe as informações da NATO e à qual só pode aceder pessoal certificado pelo GNS. A inspeção pretende apurar as falhas e violações de procedimentos que permitiram a Carvalhão Gil aceder e retirar documentos secretos.

Além disso, as autoridades pretendem identificar possíveis “cúmplices” pois, como explica o Diário de Notícias, acredita-se que o espião pode ter tido “ajuda” interna, ainda que involuntária.

Segundo o jornal, nas buscas à casa de Carvalhão Gil foram encontrados documentos em papel e outros em pen drives, um equipamento informático interdito aos espiões.

Fontes próximas do caso citadas pelo DN descrevem o caso como sendo de “enorme gravidade”: entre os relatórios aprendidos estarão alguns classificados como “secretos” e “muito secretos”, o que significa que às mãos de Vladimir Putin poderão ter chegado dossiers altamente comprometedores da reserva de questões de segurança que envolvem os países da NATO.

No entanto, um especialista em informações classificadas explica ao Diário de Notícias que não estão previstas sanções aos países onde acontecem quebras de segurança.

“O principal objectivo será avaliar, em conjunto com as entidades destinatárias, no caso os serviços de informações portugueses, as vulnerabilidades que conduziram à fuga e encontrar soluções para evitar que torne a acontecer”, explicou.

ZAP

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