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Mudança climática ameaça segurança sanitária mundial

unisgeneva / Flickr

O diretor executivo do Conselho de Administração do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente, Achim Steiner

O diretor executivo do Conselho de Administração do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente, Achim Steiner

A propagação, nos últimos anos, de doenças infeciosas como a malária, a Chikungunya e mesmo o Ébola são exemplos de como a mudança climática ameaça a segurança sanitária mundial, refere a ONU.

O diretor executivo do Conselho de Administração do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente, Achim Steiner, revelou que “a mudança climática afeta as temperaturas e as condições climáticas das regiões, pelo que, por exemplo, em África, os mosquitos podem propagarem-se de uma região para outra com mais facilidade que antes, tal como na América latina.

Steiner, em declarações à EFE na véspera da apresentação da última parte do Quinto Relatório de Avaliação, elaborado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), acrescentou que “em muitas partes do mundo se verá o regresso ou a chegada de doenças que simplesmente não se tinham reportado antes, devido às altas temperaturas”.

O responsável salientou que tal afetará a “infraestrutura sanitária e o sistema de saúde e, em última instância, a saúde e o bem-estar de cada uma das populações do planeta”.

Por isso, a comunidade científica ambiental está a estreitar laços com os organismos sanitários a nível global e Steiner referiu-se à reunião da Organização Mundial de Saúde, em Genebra, Suíça, há meses.

“A conclusão foi a de que o tratado climático que é assinado em Paris também será um acordo para a saúde global, porque, claramente, há uma ligação muito direta entre as mudanças ambientais que resultam do aquecimento global e as grandes ameaças à saúde”.

Outro efeito na saúde da mudança climática é a contaminação, uma vez que a “emissão de dióxido de carbono e outro contaminante causam agora a morte prematura de aproximadamente sete milhões de pessoas no mundo em cada ano”.

“Esse registo é maior do que o número de mortes prematuras por VIH/SIDA e a malária”, referiu Achim Steiner, que preconiza a implementação de políticas ambientais.

No seu entender, “há grandes economias como o Brasil que tomaram medidas significativas para resolver as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, neste caso o dióxido de carbono”.

“O Brasil tem ajudado muito para reduzir o desmatamento, que é, talvez, um dos passos mais importantes”, disse, elogiando a Nicarágua pela “incorporação de tecnologias de energias renováveis para gerar eletricidade.”

/Lusa

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