Morte de voluntário em França “claramente relacionada” com molécula da Bial

Relatório da Agência Nacional da Segurança do Medicamento francesa conclui que a molécula da farmacêutica portuguesa está diretamente relacionada com a morte de um dos voluntários.

A morte de um dos seis voluntários num ensaio clínico em França no início do ano, promovido pela Bial, está “claramente relacionada com a molécula que estava a ser testada”.

São estas as conclusões de um relatório da Agência Nacional da Segurança do Medicamento francesa, divulgado esta quarta-feira pelo Le Monde.

Segundo o jornal francês, a investigação aponta o dedo à Biotrial, o laboratório francês responsável pelo ensaio, mas também deixa críticas à farmacêutica portuguesa.

De acordo com o relatório ANSM, “à partida, este não era considerado um produto de risco” e as autoridades francesas “não continham informações, nomeadamente no plano toxicológico, que fizessem temer um risco particular na primeira administração humana”.

No entanto, a agência alega que a informação fornecida pela Bial tinha um “grande número de erros, imprecisões, inversões de números, ou tradução errónea dos documentos, tornando a compreensão difícil em vários pontos”.

Além do voluntário que morreu, que na altura ficou em morte cerebral, outros cinco tiveram de ser internados mas acabaram por receber alta mais tarde.

Em declarações à Renascença, a Bial diz que está neste momento “a analisar o relatório do Comité Científico” mas salienta que o mesmo “não é conclusivo sobre a causa da morte do voluntário”.

ZAP