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Morreu B.B. King, o rei do Blues

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Werner100359 / Wikimedia

B.B.King em concerto

O músico B.B. King, considerado o rei do Blues e que entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 1987, morreu quinta-feira em Las Vegas, EUA, aos 89 anos, revelou nesta sexta-feira o seu advogado.

No início de abril, B.B. King foi hospitalizado depois de sofrer de desidratação causada pelos diabetes de tipo 2, de que padecia há mais de 20 anos, tendo recentemente voltado a ser internado.

Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, B.B. King ganhou 16 prémios “Grammy” e gravou mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira. Para a história ficam temas como “Three O”Clock Blues”, “The Thrill Is Gone” e “When Love Comes to Town”, em colaboração com os irlandeses U2. B.B. King foi um dos inspiradores do músico português Rui Veloso, que com ele tocou em 1990, realizando um sonho de vida.

Entre os clássicos daquele que é considerado um dos maiores guitarristas da História destacam-se também temas como “Payin The Cost To Be The Boss”, “How Blue Can You Get”, “Everyday I Have The Blues” e “Why I Sing The Blues” e algumas “jóias” do início de carreira, como “You Don”t Know Me”, “Please Love Me” ou “You Upset Me Baby”.

Riley B. King nasceu a 16 de setembro de 1925 numa plantação de Itta Bena, no Estado norte-americano do Mississípi. Ali começou a tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da igreja com a Second Street, até 1947, quando rumou à cidade de Memphis para iniciar a sua carreira musical.

Memphis, uma comunidade musical que reunia todos os estilos de música afro-americana, era a Meca de todos os músicos do sul e King foi ajudado pelo seu primo Bukka White, um dos maestros do blues daquele período.

A sua atuação num programa de rádio de Sonny Boy Williamson chamou a atenção dos especialistas, tendo iniciado de imediato uma série de atuações na Sixteenth Avenue Grill e na estação de rádio WDIA.

Nesta altura, B.B. King era conhecido com o nome Beale Street Blues Boy. Mais tarde decidiu chamar-se Blues Boy King e depois B.B. King.

Em meados da década de 1950, King atuava numa sala de twist, no Arkansas, quando alguns espectadores se desentenderam e pegaram fogo ao local. King fugiu da sala mas, ao perceber que se tinha esquecido da “sua querida guitarra acústica” Gibson, que custara 30 dólares, voltou para a recuperar.

Mais tarde, B.B. King descobriu que na origem da discussão entre os espectadores estava uma mulher chamada Lucille, decidiu batizar assim todas as suas guitarras que o acompanharam ao longo da sua carreira.

O seu estilo inspirou muitos guitarristas de rock como Mike Bloomfield, Albert Collins, Buddy Guy, Freddie King, Jimi Hendrix, Otis Rush, Johnny Winter, Albert King, Eric Clapton, George Harrison e Jeff Beck.

Em 1969, B. B. King foi escolhido para a abertura de 18 concertos dos Rolling Stones. Mais tarde participou na maioria dos festivais de Jazz por todo o mundo, incluindo o Newport Jazz Festival e o Kool Jazz Festival New York.

Em 1989 fez uma série de concertos pela Austrália, Nova Zelândia, Japão, França, Alemanha Ocidental, Países Baixos e Irlanda, como convidado especial dos U2, participando igualmente no álbum Rattle and Hum, deste grupo, com o tema “When Love Comes to Town”.

King casou duas vezes. Primeiro com Martha Lee Denton, entre 1946 e 1952, e depois com Sue Carol Hall, desde 1958 até 1966.

O artista deixa 14 filhos e mais de 50 netos.

/Lusa

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